Nas novas Edificações, a valorização das Varandas chama a atenção para uma construção segura

A valorização das varandas nos projetos dos novos edifícios traz à tona a questão do guarda-corpo. Mais do que fechar um espaço, esse elemento deve garantir a segurança de quem frequenta o ambiente e, também, de quem passa pela calçada logo abaixo. Desde o ano passado, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trabalha na divulgação do novo texto da NBR 14718, que traz alterações significativas com relação à edição de 2007, principalmente com relação ao projeto. Segundo os especialistas, o novo texto não diz como projetar um guarda-corpo, mas determina os parâmetros de segurança a serem obedecidos. “É uma das mais eficientes do mundo. Por exemplo, só no Brasil o parapeito deve ser redondo. Isso evita que as pessoas o utilizem para apoiar objetos ou para sentar, evitando uma queda acidental” conta o diretor comercial da Glass Vetro, Nelson Linonatti. A empresa é especializada em ferragens e está trazendo para o Brasil um guarda-corpo para pronta entrega.

Condições Mínimas

A norma especifica as condições mínimas de resistência e segurança exigidas para guarda-corpos de edificações, sejam de uso privativo (residencial) ou coletivo (prédios comerciais ou públicos. A versão de 2008, que adota conceitos de normas internacionais, trata de forma diferenciada os vários usos de ambientes.

Conceitos

 

 

A engenheira e coordenadora da Comissão de Estudos de Edificações – Janelas, Caixilhos e Guarda-Corpos, Fabíola Rago, responsável pela revisão, aponta os conceitos de Zona de Estacionamento Normal (ZEN), Zona de Recepção (ZR), Nível de Circulação (NC), Zona de Estacionamento Precário (ZEP) e Altura de Proteção Reduzida (APR). “Eles definem a altura mínima dos guarda-corpos em diversas situações em que existam muretas”, explica. Segundo a engenheira, independente da situação de uso, a altura mínima será sempre de 1 metro. A norma também define melhor os espaçamentos mínimos entre perfis, nos vãos abertos – que não devem ser maiores do que 11 centímetros, para evitar que uma criança passe a cabeça –, incluindo o caso de guarda-corpos com desenhos ornamentais: os ornamentos devem estar a 45 centímetros do solo. O material utilizado na sua construção pode ser alumínio, aço, PVC, madeira ou vidro. Todos devem receber acabamentos superficiais que garantam sua durabilidade. A norma orienta ainda que, em caso de dano ou aparecimento de componentes soltos durante a sua utilização, o usuário deverá verificar as condições dessas peças e sistemas de fixação e providenciar rapidamente a correção ou, eventualmente, sua substituição. A norma também modificou a forma de aplicação das cargas nos testes de resistência, no seu valor e nas deformações admissíveis. Nos ensaios de esforço estático horizontal e vertical foi inserida a carga de segurança para avaliação de comportamento do guarda-corpos após uma eventual sobrecarga. Isso garante que o guarda-corpo não vá se soltar caso várias pessoas se apoiem nele em casos de acidentes, por exemplo.

Peças pré-fabricadas aumentam a velocidade na obra

 

Representante de fabricantes européia do setor traz apenas equipamentos aprovados por legislação brasileira. Em geral, os guarda-corpos são feitos sob encomenda, o que envolve a contratação de serralheiros, vidraceiros ou marceneiros, Com a crescente industrialização dos processos construtivos no Brasil, começam a aparecer no mercado peças para pronta entrega como ocorreu com portas e janelas, que atualmente podem ser compradas já prontas no varejo. “A venda de guarda-corpos prontos acelera e racionaliza a obra, pois evita os longos prazos de entrega dos produtos feitos sob encomenda. No caso de grandes edifícios, as dificuldades são ainda maiores”, diz o diretor comercial da Glass Vetro, Nelson Libonatti. A empresa está trazendo para o Brasil soluções de corrimãos e guarda-corpos da Q-Railing, empresa alemã considerada a principal fornecedora da Europa desses produtos, que são vendidos no varejo e podem ser instalados pelo próprio consumidor. Os componentes estão disponíveis para pronta entrega na sede da Glass Vetro, em São Paulo, desde a segunda quinzena de novembro. As peças são pré-fabricadas, dividas em linhas que podem ser utilizadas em diferentes composições, de acordo com o projeto ou com as necessidades do arquiteto ou construtor. O material de base dos componentes é o aço inoxidável 304 e 316, produto que têm alta durabilidade, e também grande possibilidade de reciclagem. “Não há peças soldadas, o que aumenta a qualidade e durabilidade das peças. Além disso, estão de acordo com as normas internacionais, seguindo as exigências da NBR 14718, que vão além das internacionais”, explica. Por exemplo, o diretor diz que não traz tubos quadrados para o parapeito, que são vetados no Brasil. Os sistemas são apropriados para uso em locais internos ou externos, tanto em empreendimentos comerciais, como em shoppings, metrôs, estádios e centros de lazer, como em uso residencial. As peças são flexíveis e pré-prontas, podendo atender às exigências de relevo, ângulos e velocidades na entrega. Libonatti cita como exemplo o conectivo flexível, componente ajustável a qualquer ângulo. Libonatti diz que a comercialização está voltada prioritariamente para o instalador, como vidraceiros, serralheiros e carpinteiros. “O consumidor pode comprar diretamente e instalar ele próprio. A Q-Raling mantém um vídeo no Youtube ensinando passo a passo como fazer”, ensina.

NBR 14718

Altura Mínima – 1 metro; Ornamentos – devem estar a no mínimo 45 centímetros em relação ao solo; Distâncias Verticais – A distância entre os barrotes deve ter menos do que 11 centímetros para evitar que uma criança passe a cabeça; Ensaios – Além dos ensaios para deformação, testa o desempenho com cargas extras, para avaliar a segurança em casos de acidentes. Por exemplo, diversas pessoas apoiando-se ao mesmo tempo; Fechamentos – Não contempla o uso de fechamentos envidraçados de varanda sobre o gradil. Para tanto o fechamento terá que atender à NBR 10821.

 Fotos: Assessoria de Imprensa – Glass Vetro