Na indústria da Construção Metálica a pintura de proteção anticorrosiva desempenha uma função importante do produto final, já que é através do acabamento e cores que o produto é visto pelo consumidor final.
No entanto muito antes do acabamento existe por trás um estudo elaborado por um projeto de pintura que avalia o uso do aço, o local, a agressividade, e outros fatores que afetarão a durabilidade.
As industrias de tintas têm destinado grandes verbas em pesquisa e controle de qualidade para desenvolvimento de proteções anticorrosivas
cada vez mais adequadas às necessidades do mercado, bem como as empresas especializadas de aplicação de pintura e tratamento anticorrosivo.
No Brasil ainda se perde uma quantidade muito elevada de equipamentos por falta de manutenção ou até mesmo erro na especificação técnica e/ou uso incorreto do revestimento anticorrossivo, e sabemos que isto poderia ser evitado através da proteção anticorrosiva.
Para que um sistema anticorrosivo tenha sucesso, ou seja, proteja o aço contra a corrosão, é necessário conhecimento técnico do material que esta sendo empregado para proteção (as tintas), a correta especificação das tintas, a mão-de-obra especializada e o controle de qualidade, sem isto, fatalmente o sistema não funcionará.
As tintas são fabricadas utilizando resinas diversas, aditivos, secantes, pigmentos de cor, solventes, etc. Muitos destes produtos são importados ou se fabricados no Brasil acompanham variações do mercado internacional, assim sendo seu custo por metro quadrado somado à
aplicação deve ser cuidadosamente estudado para não onerar o projeto.
Outro cuidado importante é a preparação de superfícies. A falta de um correto preparo de superfícies, com certeza acarretará em um fraco desempenho da proteção anticorrosiva. Assim sendo devemos em um projeto definir e controlar adequadamente o preparo de superfície,
o tempo de pintura inicial, as condições ambientais em que este preparo de superfície esta sendo feito, contaminações, etc. Para isso utilizando-se de métodos e normas como da Petrobrás, DIN, SSPC, NACE, SIS, Siderbras, etc, cada qual define o grau de corrosão do aço através de padrões visuais e determina o tipo de preparação de superfície para cada método (as mais usuais preparações de superfícies
são: manual, mecânica ou jateamento abrasivo).
Muitas das estruturas de aço ou equipamentos recebem o jateamento abrasivo como método de preparação de superfícies e alguns cuidados devem ser tomados como: a escolha correta do abrasivo, o controle da contaminação do abrasivo após a sua reutilização, o correto perfil de rugosidade em função da espessura do revestimento, o controle da contaminação do ar comprimido, etc.
Quanto às tintas sua função além de estética, são para identificar equipamentos, estruturas e tubulações através das cores de identificação de segurança, função anticorrosiva com resinas e pigmentos que possuem esta característica e função de barreira contra intempéries.
As industrias de tintas tem destinado grandes verbas em pesquisa e controle de qualidade para desenvolvimento de proteções anticorrosivas cada vez mais adequadas às necessidades do mercado, bem como as empresas especializadas de aplicação de pintura e tratamento anticorrosivo.
As Resinas normalmente utilizadas, são: as alquídicas ou sintéticas, acrílicas, epoxidicas, poliuretanicas, silicatos e silicone, cada uma com sua
função e resistência.
Qualquer sistema de pintura anticorrosivo deverá portanto definir o preparo de superfícies o tipo e espessura da tinta de fundo, intermediária e acabamento.
Atualmente o sistema epóxi para o fundo e poliuretano como acabamento é o mais utilizado pois alia a ótima resistência e dureza da resina epóxi como tinta de fundo à capacidade da resina poliuretano frente às agressividades do meio ambiente. Destacam-se neste caso as tintas chamadas LOW-VOC que possuem um elevado teor de sólidos em suas formulações possibilitando camadas mais espessas de película, com
uma baixa quantidade de solventes orgânicos, requisitos solicitados por inúmeras empresas pois atendem a normas de segurança e meio ambiente. nacionais e internacionais.
Da mesma maneira que o preparo de superfícies na aplicação das tintas deve se ter um rigoroso controle de qualidade, iniciando-se pela definição da metodologia de aplicação; a correta utilização das ferramentas, como rolos e pincéis, pistolas com ar e sem ar (Air Less), e também: o controle da espessura úmida e seca, os tempos máximos e mínimos de pintura entre camadas e repintura, a umidade relativa do ar, a temperatura ambiente e da peça, o ponto de orvalho, a correta mistura dos componentes das tintas, o acompanhamento do tempo de vida útil da mistura dos componentes normalmente reduzida devido à temperatura ambiente, o correto uso dos diluentes, o controle de aderência das tintas.
A não observância aos corretos controles de qualidade acarretarão em defeitos diversos na película das tintas, tais como: bolhas, empolamento, escorrimento, enrugamento, fendilhamento, porosidades, crateras, impregnações, over spray, etc que não permitirão a adequada perfomance do revestimento.
Muitas especificações ainda indicam resinas pouco resistentes com baixa espessura e que inicialmente representam um custo baixo, no entanto a médio prazo comprovam serem ineficazes, necessitando de ações corretivas que são muito mais caras. Se optarmos inicialmente por revestimentos mais resistentes com qualidade na aplicação certamente colheremos os frutos desta opção no futuro.
Este artigo tem caráter informativo e não pretende esgotar todas as considerações técnicas do assunto.
Fonte:
Departamento Técnico da Pintura
Pinturas Técnicas (www.pintur.com.br)
Publicado na Revista Construção Metálica N° 69