Projeto ganha grandes vãos, concreto protendido e estruturas de aço. Nova sede administrativa ganha uma bela visão panorâmica da serra do Mar e do centro da cidade

Inaugurado na década de 1960, o Colégio Dom Bosco iniciou suas atividades com aulas preparatórias para o curso de engenharia, instalado em um andar de um edifício na capital paranaense. Acompanhando o crescimento da cidade, ampliou gradativamente suas áreas de atuação e criou instalações.

Hoje, Curitiba tem mais de 1 milhão de habitantes e o Grupo Dom Bosco de Ensino está presente nos setores de educação infantil, níveis fundamental e médio, curso pré-vestibular e ensino superior. Conta também com uma editora, que atende a mais de 130 mil alunos. Recentemente, a expansão da área da editora e da holding do grupo educacional exigiu a construção de um espaço para abrigar a nova sede Castelo Branco.

A arquiteta Maria Lúcia Nakid Moro foi a responsável pelo projeto, que privilegiou a entrada de iluminação natural nos interiores, através de panos de vidro envolvendo o edifício. Com a utilização de esquadrias entre vãos e peles de vidro structural glazing, a luz solar alcança praticamente todos os ambientes. Cores neutras e peças de madeira foram usadas em contraste com elementos de alta tecnologia empregados na obra.

O edifício com quatro pavimentos, distribuídos em duas alas, ocupa terreno de 8 mil metros quadrados, cuja localização exigiu atenção especial. “Curitiba tem clima frio e úmido, e a sede Castelo Branco está situada em uma das regiões mais altas da cidade, com vista para a serra do Mar, a leste, e para a zona central, a oeste. Por isso, o melhor aproveitamento da luz natural foi um aspecto importante do projeto. Nos escritórios foi utilizada iluminação especial para ambientes com computadores e sistema anti-reflexivo”, explica a arquiteta.

O lado esquerdo da edificação abriga os setores administrativos, enquanto no lado oposto foi alocada a editora. A área central é de circulação entre as duas unidades. A proposta de implantar uma sede institucional com características contemporâneas foi possibilitada pela combinação de materiais como o vidro e os painéis de alumínio composto aplicados nas fachadas. O novo prédio possui grandes vãos, vencidos com a utilização de concreto protendido e estruturas de aço.

Painéis de alumínio composto na cor prata revestem uma área de 600 metros quadrados da fachada, enquanto cerca de mil metros quadrados foram vedados com vidro laminado de oito milímetros, composto por chapa de refletivo prata, película de PVB incolor e chapa de cristal float verde. Os caixilhos foram produzidos com perfis de alumínio das linhas Cittá Due e Unit. No total, a Engevidros executou 1,6 mil metros quadrados de fachadas. A empresa foi responsável também pela realização da marquise de vidro e de uma cobertura, ambas com a mesma especificação da fachada.

Segundo o engenheiro Ricardo Macedo, diretor da Engevidros, na fachada com caixilhos entre vãos foi utilizado o sistema unitizado, que possibilita execução mais rápida. Os módulos dos caixilhos chegam prontos para serem encaixados nos contramarcos instalados nos vãos. Para a pele de vidro, aplicada no trecho que envolve o piso térreo e o primeiro andar, optou-se pelo sistema stick, que, utilizando colunas fixadas à estrutura metálica, permitiu vencer o pé-direito do térreo, de 11 metros.

“A cada 2,20 metros de altura existe uma viga metálica para dar apoio ao sistema. Pilares metálicos, instalados conforme a modulação dos vidros, foram usados na fixação dos caixilhos. Em ambos os sistemas, os vidros foram colados com silicone estrutural nos perfis de alumínio, que receberam acabamento em pintura eletrostática, na cor preta. Para determinar a bitola dos perfis, foram considerados dimensionamentos estruturais conforme o tamanho do vão e o sistema a ser utilizado. A obra consumiu cerca de dez toneladas de alumínio”, explicou Macedo.

Fonte:

Obra24horas