Arquitetura para o Transporte: Aeroporto de Pequim na China – Terminal de Passageiros

Inaugurado em 29 de fevereiro de 2008, o novo terminal internacional de Pequim é o maior e mais avançado do mundo, não apenas tecnologicamente, mas também em termos da experiência dos passageiros, eficiência operacional e de sustentabilidade.

Porta de entrada para a cidade, o aeroporto foi projetado para ser um símbolo do país: “Este novo terminal é a maior e mais avançada obra em aeroportos do mundo, uma celebração a emoção de poesia do vôo. Um Portal para Pequim que, em sua forma de dragão, evoca cores e símbolos chineses tradicionais.” disse Norman Foster

A construção que teve início em 2004 envolvendo 40 mil operários, ocupa uma área de 1.480 hectares. O edifício tem mais de 3,54 km de comprimento e 785 metros de largura.

Localizado entre o Leste da pista existente e a futura terceira pista, a construção do Terminal e a do Centro Terrestre de Transportes (GTC) anexo, ocupam uma superfície de 1.3 milhões de m2 sob o mesmo teto, sendo o primeiro edifício a romper a barreira de 1 milhão de m2, e irá atender um número estimado de 50 milhões de passageiros por ano até 2020. Equipado com a mais moderna tecnologia é capaz de lidar com mais de 150 aviões simultaneamente.

O Terminal 3 é um dos edifícios mais sustentáveis do mundo, incorporando concepções de projeto que visam aproveitar ao máximo o calor solar das manhãs e um ambiente integrado ao controle do consumo de energia.

     

 

Embora concebido numa escala sem precedentes, foi projetado para ter o máximo de flexibilidade para fazer face a constante evolução da indústria da aviação e a complexidade do transporte aéreo moderno, combinando claridade espacial com um elevado padrão de serviços.

O prédio possui 3 setores interligados (T3A, T3B e T3C), num diagrama simétrico utilizado para acomodar, nas extremidades, as chegadas e as partidas, sendo o T3A um terminal doméstico e a T3B para partidas internacionais. O espaço central é o satélite T3C. Esta foi a solução encontrada para maximizar o perímetro, a fim de aumentar a capacidade atual de estacionamento das aeronaves, mantendo ao mesmo tempo características compactas e sustentáveis.

Apesar do comprimento de Norte a Sul ser de 3.250 metros, a ligação visual entre os três elementos é mantida por linhas fortes, conexões entre o nível mais baixo e um mezanino aberto no nível superior. Todos os espaços possuem iluminação natural, sendo que vidraças e claraboias conectam com o exterior. Colunas vermelhas – elementos evocativos dos templos tradicionais chineses – marcam os acessos ao longo do eixo central.

Plenamente integrado ao transporte público local, oferece conforto para que os passageiros caminhem curtas distâncias, apresentando poucas alterações de níveis e minimizando os inconvenientes das transferências entre vôos. O novo Terminal 3 tem vista para o exterior sob um teto unificado em forma de dossel que atua também como um auxílio à orientação, por meio da disposição das aberturas e do uso da iluminação que varia de cores conforme os passageiros transitam pelo edifício.

 

     

     

A cobertura possui tonalidade amarela pelo lado externo remetendo a “Cidade Proibida”, enquanto no seu interior alterna uma paleta de cores que varia do vermelho ao amarelo, evocando as tradicionais cores chinesas. É perfurada por clarabóias triangulares semelhantes a escamas, que servem de orientação aos visitantes, ajudando a trazer mais luz natural aos pontos mais distantes do edifício.

A paleta de cores se move em 16 tons de vermelho, na entrada da T3A, depois através de tons de laranja e, finalmente, na extremidade final da T3B, em tons de amarelo. Isso cria um sistema de zoneamento sutil, dividindo o edifício, o que facilita a orientação e a localização pelo passageiro. Estas cores também se aplicam no sentido Norte/Sul, do ponto máximo acima das partidas e chegadas locais, aumentando a sensação de curvatura do teto.

Em termos de construção, sua concepção otimiza o desempenho dos materiais selecionados, com base na disponibilidade local, funcionalidade, aplicação correta e baixos custos.

Um cantilever curvo abraça a chegada de passageiros vindos por via rodoviária e a partir do GTC (Centro Terrestre de Transportes). O esquema tradicional dos aeroportos foi invertido no setor T3B, com a chegada dos passageiros acontecendo pelo nível superior, permitindo assim que os visitantes experimentem o impacto de visualizar este espaço fantástico do melhor ponto de vista.

As ligações entre T3A e T3B são feitas através da Movimentação Automática de Pessoas (APM), viajando-se a 80 k/h, em 2 minutos.

A APM é de fácil acesso a partir do nível de partida principal, dentro de um conjunto paisagístico, exposto a luz natural, com vista para a parte superior da construção, o que também contribui para manter o sentido de orientação. Sem a extensão de edifícios separados, ele ocupa menor área, facilitando a comunicação, em uma estrutura eficiente, ainda assim 17% maior do que a soma das áreas dos Terminas 1, 2, 3 e 4 do Aeroporto de Heathrow e do Terminal 5 em construção.

A cobertura de aço como uma moldura triangular, apresenta luzes coloridas e “decks” de metal. O teto se curva atingindo o ponto central, criando uma fantástica sensação de “catedral”.

O enorme terminal oferece mais de 64 restaurantes e mais de 90 lojas. Possui 7 mil vagas de estacionamento para carros, 175 escadas rolantes, 173 elevadores, e 437 esteiras rolantes e acoplada ao projeto existe uma estação de trem, com ligação ao centro da cidade

O arquiteto Mouzhan Majidi, executivo-chefe da Foster & Partners define:

“O novo Terminal em Pequim, foi concebido e construído em apenas 4 anos, numa escala e qualidade maravilhosas. É um verdadeiro Portal para as Olimpíadas 2008 e estamos muito satisfeitos que ele tenha sido inaugurado a tempo para este evento mundial.”

         

   

Ficha Técnica:

Projeto arquitetônico: Foster & Partners
Projeto Engenharia Estrutural: Arup