Para ligar o continente chileno à ilha Chiloé, estrutura de 2.750 metros terá distância maior que mil metros entre os vãos

         

O Governo do Chile autorizou  a construção da considerada maior ponte pênsil da América Latina. Conhecida como Ponte Chacao, o empreendimento terá 2.750 metros e ligará o continente chileno à ilha Chiloé. As obras iniciaram em 2015 e estão orçadas em 740 milhões de dólares.

As obras serão realizadas pelo consórcio composto pela  sul-coreana Hyundai, a francesa Systra e a norueguesa Aas-Jakobsen. Além da proposta financeira menor, o grupo se propôs a construir a ponte em 79 meses, cinco a menos do que o exigido pelo governo chileno. O projeto da ponte foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem MOP.

Pelo projeto, a ponte vai ter três pilares, dos quais o mais alto terá 199 metros e ficará na margem norte de Chacao. Com 175 metros, o pilar do centro terá um formato de “y” invertido, o que, de acordo com os engenheiros responsáveis, possibilitará o equilíbrio da estrutura.

       
O projeto estima o uso de 38 mil m³ de concreto e 1.300 toneladas de aço. Haverá a construção de três âncoras sólidas (duas delas localizadas nas margens da ponte, e uma no centro) as quais sustentarão o sistema de cabos de ligação. Duas torres de sustentação terão 179,8 metros de altura e uma terá 160,77 metros. A ponte contará com dois grandes vãos – um a 1.055 metros, a partir da ilha, e outro a 1.100 metros, a partir do continente. Em relação ao nível do mar, a estrutura terá uma altitude de 59 metros, para permitir a passagem de embarcações.

   
Por causa do risco de abalos sísmicos, que frequentemente acontecem no Chile, e da velocidade do vento no canal, que pode chegar a 200 km/h, além das fortes correntes marítimas na região, a ponte pênsil irá utilizar superconcreto em suas estruturas. O material tem resistência superior a 150 MPa e os testes, após análise em túnel de vento, passarão pelo Laboratório de Materiais Avançados à Base de Cimento (LMABC), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).No centro de pesquisa da escola já foi desenvolvido  superconcreto com até 220 MPa de resistência.

Quando pronta, a ponte receberá quatro faixas de trânsito. Segundo o governo chileno, este empreendimento se tornará um ícone para a ilha. Para contemplar a grande obra, um edifício será construído para abrigar um centro de visitação. De acordo com o governo, a construção da ponte demandará a colaboração de uma média 2 mil trabalhadores por ano.

O empreendimento  começou a ser construído em fevereiro de 2015, com conclusão prevista apenas para o final de 2020.

Fonte:

Mútua/Portal Infraestrutura Urbana

Portal Itambé