Muitas obras foram programadas para Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Entre esses inúmeros projetos, um dos mais arrojados empreendimentos públicos destinado à cultura nas ultimas décadas é a Cidade das Artes, a obra foi realizada pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
A Cidade das Artes abriga a segunda maior sala de concertos de orquestras sinfônicas e óperas da América Latina, o primeiro lugar fica com o Teatro Colón de Buenos Aires, com até 1.800 lugares.
O conjunto possui aproximadamente 95 mil metros quadrados e conta, além das salas de concerto e música de câmara – é uma forma de música erudita composta para um pequeno grupo de instrumentos ou vozes que tradicionalmente podiam acomodar-se nas câmaras de um palácio (Wikipédia), 13 salas de ensaio e salas de aula. Do terraço, tem-se uma visão panorâmica da região, que abrange a praia da Barra e a Baixada de Jacarepaguá.

     

   

Sua localização é o Trevo das Palmeiras, no cruzamento entre as Avenidas das Américas e Ayrton Senna, na Barra da Tijuca. O local foi escolhido por se tratar de um ponto privilegiado da Avenida das Américas, principal via de acesso para os bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Guaratiba.

 

Projeto

O projeto é de autoria do arquiteto francês Christian de Portzamparc, premiado diversas vezes, inclusive com o Prêmio Pritzker, o Nobel da arquitetura, e criador da Cité de la Musique, de Paris, entre outros projetos de destaque na Europa.

O projeto da Cidade das Artes não ficou de fora da lista de prêmios do arquiteto: recebeu em 2008 o maior prêmio da arquitetura contemporânea, o International Architecture Awards, concedido pelo Metropolitan Art Press e o Centro Europeu de Artes de Design, responsáveis pela seleção dos mais representativos projetos da arquitetura mundial contemporânea. Na avaliação dos organizadores, “um dos prédios mais impressionantes e grandiosos premiado em 2008 é a Cidade da Artes de Christian de Portzamparc – uma verdadeira obra prima de poesia, com uma escala surpreendente que será um novo marco para a cidade do Rio de Janeiro.” A partir dos desenhos do urbanista Lucio Costa para a área destinada à edificação, o arquiteto francês criou o projeto.

A localização privilegiada de área generosa, ausências de restrições e limites em relação ao entorno, ofereceu ao arquiteto condições ideais para projetar. A sensibilidade pela música, a dimensão do tempo musical na busca pela espacialidade e pela acústica perfeita levaram à concepção dessa forma, livre na sua essência, simbólica nas referências, surpreendente nas visuais que oferece. Montanhas, mar, manguezal, podem ser observados da altura de dez metros, medida da elevação da primeira laje, como que suspensa no ar.

A Casa das Artes tem referências no relevo característico do Rio de Janeiro, uma marca da cidade. Assim, foi criado um espaço público com poucos fechamentos que permita uma visão panorâmica do mar, montanha e planície e cria um ambiente propício para a música. A edificação é colocada como um grande terraço público, 10 metros acima de um jardim projetado por Fernando Chacel, que dá acesso a todas as salas de concerto, cinemas, salas de ensaio, restaurante, biblioteca e lojas.

Entre as duas placas horizontais do telhado e do terraço, as formas das salas de concerto são definidas em um jogo de volumes e vazios. Grandes vãos entre os blocos permitem um olhar através do edifício. Visto como uma grande casa sobre palafitas, contemplada por uma grande varanda acima de um jardim com lagos, sombras e árvores; a Cidade das Artes é também uma homenagem a um arquétipo da arquitetura brasileira. Seus grandes ambientes arejados e bem iluminados, com suas imensas paredes em forma de velas de barcos sobre a enorme esplanada contemplativa, revelam a grandiosidade artística do projeto.

          

Processo de Construção

          

 

Conheça a Casa das Artes

O acesso se dá através de três rampas: a primeira laje erguida a 10 metros do solo, batizada pelo arquiteto de Grande Varanda revela as montanhas e a amplidão da Barra. A edificação é dividida em basicamente quatro grandes conjuntos funcionais livres, uma das marcas do trabalho de Portzamparc, que é justamente ter uma visão do todo a partir de várias partes. Entre as outras duas lajes, paredes de sustentação curvas dão movimento ao edifício criando uma sintonia perfeita entre a obra e as montanhas ao entorno.

A Grande Sala Filarmônica, com uma área de 2.738 m², é rodeada por torres de camarote que permitem que o espaço tenha duplo uso. São 800 lugares em configuração filarmônica, com precisão acústica resultante do esquema “shoe box”, e 1.300 para ópera. Nessa transição, quatro torres do fundo são móveis e saem do espaço para dar lugar a um palco italiano.

Dez torres autônomas projetadas para os camarotes ampliam o número de assentos e criam salas diferentes para os diferentes usos. As quatro torres ao fundo do palco da orquestra podem ser suprimidas, pois são dotadas de pontes rolantes para serem deslocadas e ordenadas conforme necessidade. Cada torre abriga vários andares escalonados de camarotes dotados de parapeitos baixos e largos em aço, vidro e veludo para melhor visão do palco.

O fosso da orquestra, por sua vez, pode se elevar em cena quando se trata de concerto; uma parte da platéia ocupará o espaço vazio restante. O teto refletor acústico do palco da orquestra pode ser movido para aumentar o volume do palco. A boca de cena, quando se trata de ópera, funciona como um diafragma, abrindo-se por meio de painéis corrediços e cortina. O segundo volume abriga uma sala de câmera para 500 pessoas, que também poderá receber shows de jazz e MPB. E as salas do terceiro bloco serão destinadas aos ensaios e ao centro de estudo. O quarto volume abrigará cinemas, restaurantes, lojas e uma sala de música eletroacústico, única no país, destinado à produção e apresentação de música experimental eletrônica e acústica.

          

          

          

          

 

 

Infraestrutura

Grande Sala de concertos com 1.800 lugares (adaptável para ópera, neste caso para 1.300 lugares)
Sala secundária com 800 lugares
Sala de música de câmara com 500 lugares
13 salas de ensaio
13 salas de aula
3 salas de cinema
3 lojas
midiateca
restaurante
cafeteria
foyer musical
738 vagas de estacionamento

Ficha Técnica

Área do terreno – 95.644 m²
Área construída – 87.403 m²
Subsolo: 9.529 m²
Térreo: 18.357 m²
Esplanada de cobertura: 18.700 m²
Níveis intermediários: 40.817 m²
Fundações 73 estacas hélice – profundidade média de 24 m (diâmetro de 1,00 m a 1,80 m).
Estacas barretes – (137 lamelas) – profundidade de 22 m a 40 m.
Blocos de coroamento – 36 unidades com volumes entre 100 e 240 m³ de concreto armado.
Tirantes das lajes do piso do subsolo – 145 tirantes com 20 m de comprimento cada (para estabilizar a sub-pressão do lençol freático).
Supra-estrutura
Aço CA 50 – 7.941 ton.
Concreto FCK 50 MPa alto desempenho e resfriado – 63.566 m3
Formas – 270.467 m²
Cabos de protensão: 800 ton.
Elevadores – 3 (um para 20 pessoas; 2 para 8 pessoas, cada)
Escadas metálicas – 6
Escada rolante – 1

Fonte Imagens e Texto:
architecturenewsplus.com
Revista Au
Atelier Christian de Portzamparc
TQS
Prefeitura do Rio de Janeiro
Imagens: Atelier Christian de Portzamparc