Clara e fresca. São essas as características que devem garantir o conforto dos usuários que passarem pela estação Vila Prudente, da linha verde do metrô. Em fase final de construção, o novo terminal deve começar a operar ainda este ano.

Projetando conforto

De autoria do arquiteto Luiz Carlos Esteves, o projeto da estação priorizou o aproveitamento da ventilação e luminosidade naturais. Para isso, foi construída uma cobertura em estrutura metálica e vidro. A escolha foi minuciosa: o solução em vidro aplicada é composta por vidro temperado laminado de 12 mm, vidro autolimpante de 6 mm mais película de PVB de 1,52 mm, e vidro de controle solar seletivo incolor de 6 mm, os dois últimos também temperados. A fabricação é da Cebrace, o beneficiamento foi feito pela Santa Marina Vitrage – Fanavid e o fechamento pela Avec Design. A opção pelo vidro autolimpante, chamado Bioclean, se deu pelo fato de o local ser de difícil acesso para limpeza, já a aplicação do vidro de controle térmico (Cool Lite KNT) foi eleita por ser capaz de reduzir a entrada de calor, ao mesmo tempo em que deixa passar a quantidade de luz ideal.

          

 

          

Confira algumas imagens do projeto e da maquete eletrônica

Já a estrutura metálica foi determinante para vencer o grande vão, conforme explica o arquiteto Thiago Pontes, que participou do desenvolvimento dos projetos de arquitetura, paisagismo e comunicação visual da estação: “não conseguiríamos essas dimensões com outros materiais. Além disso, a estrutura metálica é um material que conversa sempre com a caixilharia dos vidros”, enfatiza.

A montagem da estrutura e a fixação do vidro nela foram feitas in loco.Com o aspecto de uma grande grelha, em geometria circular, a estrutura de aço e vidro cobre os dois poços de escavação da estação, de 32 metros de profundidade. Para a cobertura foram utilizados 2000 m² de vidros especiais e 250 toneladas de aço.

             

 

        

 

         

Confira as imagens da cobertura da estação Vila Prudente

Descrição

A estação de metrô Vila Prudente é subterrânea, formada por dois poços circulares, de 40 metros de diâmetro cada. Tais poços distribuem os quatro níveis principais: nível acesso (térreo), mezanino para bilheterias e bloqueios, intermediário para Salas Operacionais, sanitários públicos e circulação do acesso às plataformas, e nível plataforma. Os poços servem à implantação dos equipamentos de circulação vertical como escadas rolantes e fixas, elevadores, aos equipamentos de controle de acesso, bilheterias e às salas de apoio operacional.

A cobertura dá um aspecto transparente à obra. Os acabamentos internos da estação são de concreto aparente, sempre presente nas obras do metrô, pastilhas cerâmica em cores claras revestindo os blocos internos de alvenaria, e aço inox. As estruturas de aço também tem o aspecto claro: receberam a cor branca. De acordo com Pontes, a ideia era trabalhar com a neutralidade como opção estética: “espaço e luz é o conceito”.

Única e complexa

Projetar uma estação de metrô não é uma tarefa fácil. Além dos cuidados tradicionais ao planejar uma obra, há também que se ater às exigências do Metrô, tais como as de ordem operacional, tecnológicas e de instalação. “O Metrô passa todo um funcional do método construtivo, é um projeto complexo como toda obra de metrô”, ressalta o arquiteto Thiago Pontes.

A Vila Prudente é uma estação em que as linhas do trem entram em curva, o que trouxe uma dificuldade a mais à obra. Metade das plataformas se resolve em túneis independentes para cada via e a outra metade na área dos poços. A estação possui ainda um poço para saída de emergência ligando por escadas o nível plataforma ao térreo. “Só pelas tecnologias de escavação já se torna uma operação mais complexa”, afirma o arquiteto.

Dentre tanta complexidade, a estação de metrô Vila Prudente é uma obra única. Ao perguntar ao arquiteto se poderia ser comparada a alguma outra estação, o profissional citou o Alto do Ipiranga, também da linha verde. Esta também é composta por um sistema de poço com cúpula de vidro, mas a estação Vila Prudente tem uma característica que a faz ser única: “a cobertura metálica é o maior diferencial”.

          

 

          

Confira algumas imagens da construção da estação Vila Prudente

Acesso

Localizada na esquina da Av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello com a rua Itamambuca, na Zona Leste de São Paulo, o acesso à estação Vila Prudente deve ser complicado. Isso porque a passarela que deveria facilitar a o deslocamento de pedestres ainda não tem previsão para começar a ser construída.

O que a população alega é que o tempo de percurso controlado pelos semáforos da avenida é curto perante a distância a ser atravessada. A passarela, no entanto, depende da construção de um novo terminal da SP Trans do Expresso Tiradentes, e, quando construída, deve interligar os meios de transporte coletivos locais: metrô, ônibus e o futuro monotrilho. Também está prevista a ligação da estação Vila Prudente com a futura Linha 6, laranja, do Metrô. Enquanto não sai do papel, os usuários podem ter acesso à estação a partir da Av. Anhaia Mello (acessos Leste e Oeste) e por escada no cruzamento das ruas Itamumbuca e Cavour (acesso Norte).

Por outro lado, portadores de deficiência ou mobilidade reduzida tem acessibilidade facilitada. São três elevadores para fazer o trajeto do térreo para o mezanino e do mezanino para cada uma das plataformas. Os portadores de deficiência visual poderão contar com pisos táteis direcionais e de alerta que encaminharão esses usuários aos elevadores, bloqueios, bilheterias, e áreas de embarque.

Mercado Imobiliário

De carona com a expansão do metrô, vem o mercado imobiliário da região. Assim com os bairros do Ipiranga, Penha e Santana, a Vila Prudente deve receber mais moradores. O poder Legislativo da cidade de São Paulo incluiu o bairro Vila Prudente entre os que precisam de estímulo para a ocupação de espaços vazios.  Tais espaços devem ser ocupados na forma de prédios, comportando mais habitantes para a região com nova infraestrutura de transporte.

Autor do projeto arquitetônico: Luiz Carlos Esteves
Equipe: Thiago Pontes / Paula Miranda – Luiz Esteves Arquitetura Ltda.

Projetos de engenharia: Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto e CJC Engenharia e Projetos
Equipe: Diretor Eng. Mosze Gitelman e Dr. João Antônio Del Nero
Coordenadora: Eng. Orlandina Teixeira Gonçalves Frade

Gerência de Concepção de Projetos Civis (GCI) do Metrô: Engenheiro Ricardo Luiz Leonardo Leite
Departamento de Concepção de Arquitetura (CIA): Arquiteto Ilvio Silva Artioli
Coordenadoria de Acabamento e Comunicação Visual do Metrô (CIA/CAC): Arquiteta Ana Maria Goulart de Toledo Ponzoni
Coordenadoria de Arquitetura, Paisagismo e Urbanização do Metrô (CIA/CAU): Arquiteto Ivan Lubarino Piccoli dos Santos
Paisagismo: Arquiteta Neila Custódio
Comunicação Visual: CV Benedito Tadeu de Souza
Acabamento: Arquiteta Claudia Chemin

Gerência de Engenharia do Metrô 2
Diretoria de Engenharia e Construções do Metrô (DE): Engenheiro Luiz Carlos Pereira Grillo
Gerência de Construção da Linha 2 – Verde e Montagem de Sistemas do Metrô(GE2): Engenheiro Luiz Carlos Meireles de Assis
Departamento de Construção Civil e Empreendimentos Associados do Metrô(CCA): Arquiteto Eduardo Maggi
Coordenadoria de Construção Civil e Empreendimentos Associados do Metrô (CCA/CEA): Engenheiro Jorge Ono

Construção: Construtora Andrade Gutierrez

Equipe Andrade Gutierrez
Gerente do Contrato: Engenheiro Flávio Frias
Gerente de Produção: Engenheiro Marco Aurélio dos Santos
Gerente de Engenharia Econômica: Engenheiro Rogério Barbosa
Gerente de Projetos: Engenheiro Marcelo Matsui
Gerente de QMSS: Engenheiro Ronaldo Marcatto

Escavações subterrâneas: Engenheiro Carlos Augusto Campanhã
Estrutura de concreto: Engenheiro Roberto de Oliveira Alves
Estrutura de metálica: Engenheiro Roberto Romani e Guilherme Magossi Rodrigues
Drenagem superficial: Engenheiro Alberto Del Nero Milan
Luminotecnia: Profº Antônio Carlos Mingrone
Instalações hidráulicas, sanitárias e de combate à incêndio: Engenheiro Roberto Tanaka
Instalações elétricas: Engenheiro José Alves Ferreira Jr.
Geotecnia: Engenheiro Mario Mori e Luiz Carlos Pinezi
Furos embutidos: Engenheiro Ari Nakaia

Quantidades de materiais utilizados
Peso da estrutura metálica da cobertura: 222,00 ton.
Total de aço utilizado na obra: 2.794,80 ton.
Total de concreto utilizado na obra: 33.364,28m³

Fornecedores
Estrutura Metálica: Forte Metal
Sistema caixilho: Avec Desing
Vidros: Cebrace / Santa Marina VitrageFanavid

Início: 12/2007
Término da obra: 05/2010
Equipamentos: bilheterias: 01 com 02 guichês / bloqueios: 13 /escadas rolantes: 14 /escadas fixas: 04 / elevadores: 03
Área construída: 19.729,26 m²

Fonte: Equipe Met@lica
Colaboração: Assessoria de Imprensa Metrô, Assessoria de Imprensa Cebrace e Luiz Esteves Escritório de Arquitetura.