Showroom na zona sul de São Paulo, privilegia a transparência ao ser construído basicamente em aço e vidro

Por meio de uma sobreposição de transparências, o Pavilhão da Hyundai, localizado no bairro do Morumbi, em São Paulo, se destaca por permitir a visibilidade total da área interna da loja, ao mesmo tempo em que, de dentro do edifício, mantém a vista da cidade. Para uma concessionária, mais do que uma opção estética, ver e ser visto é uma estratégia importante para garantir a exposição e valorizar seus veículos.

O projeto foi desenvolvido para ser executado em três meses. “Isto implicou no uso de sistemas construtivos racionalizados, como as estruturas em aço, solução que favoreceu a expressão dos demais materiais empregados”, explica o arquiteto Tiago Andrade, coordenador técnico da Spadoni AA. “O aço ofereceu agilidade, simplicidade, luminosidade e leveza estrutural para o tipo de projeto que desejávamos”, complementa.

A composição da estrutura metálica levou em consideração o peso dos vidros, garantindo maior transparência por meio da utilização de perfis esbeltos. Na fachada, é possível observar as vigas e as colunas em perfis laminados. Cruzando diagonalmente esta trama, os contraventamentos são em perfis tubulares.

Toda a edificação é fechada por painéis de vidro. Outro destaque é a fachada principal, que tem 45 m de comprimento e 9,60 m de altura, superando o pé-direito do showroom, que é de 7 m. A construção está elevada a 1,20 m do nível da rua, e apoiada sobre uma base de concreto. Desta maneira, é possível visualizar melhor o seu interior, mesmo quando há carros no estacionamento. A planta em L é composta, basicamente, por dois blocos; outra solução, que gerou leveza visual ao partido arquitetônico, foi a criação de um mezanino onde foram instalados o departamento administrativo, os sanitários, bem como recepção e área de entrega de carros. Abaixo, ficam os veículos expostos e área de atendimento.

Sistema de fixação

Por se tratar de uma “grande caixa de vidro”, o desafio foi encontrar uma solução construtiva que permitisse a supressão completa dos caixilhos, maximizando a transparência da construção ao aplicar as placas de vidro diretamente na estrutura principal. Segundo o arquiteto, as superfícies são formadas por painéis de vidro laminado com espessura de 12 mm, com modulação horizontal de 1,25 m e vertical de 3,20 m. Posicionados à frente da estrutura metálica, os painéis estão fixados apenas nas estruturas horizontais, eliminando os montantes verticais.

Para executar a fixação da primeira fileira horizontal de vidros na estrutura metálica, o projeto lançou mão de inserts de aço inoxidável, chumbados no piso do pavilhão. Desta maneira, não foram necessários caixilhos ou colunas demarcando cada uma das folhas de vidro. Uma viga metálica, formada por dois perfis, percorre todo o perímetro do edifício no nível intermediário do pavilhão e está afastada 70 cm dos apoios verticais acentuando a horizontalidade da solução. Esta estrutura horizontal é formada por dois perfis de aço laminado, avançando 70 cm para o exterior da loja, e soldada à superestrutura da construção. A cada 10 m, no comprimento da travessa, foram soldadas cantoneiras em aço inox, contribuindo para o suporte dos vidros da parte superior, onde foi utilizado silicone estrutural para a sua fixação.

Devido ao tipo de fechamento com grandes panos de vidro, um sistema de cortina em rolo foi instalado na fachada principal, sendo acionado nos horários em que o sol é mais intenso, acentuando a sobreposição de superfícies e transparências do edifício. (E.C.)

Ficha Técnica

Projeto arquitetônico: Spadoni AA
Responsável: Francisco Spadoni;
Coordenador: Tiago Andrade;
Equipe: Carolina Mina Fukumoto, Fabiana Benine, Ricardo Canton e Sabrina Chibani;
Coordenação Hyundai-CAOA: J.Pereira, e Priscila Sperandio
Área construída: 1.170 m²
Aço empregado: ASTM A36, ASTM, A572 e ASTM A500 (tubos)
Projeto estrutural: Prodenge Engenharia
Fornecimento da estrutura metálica: Açotec Indústria e Comércio
Execução da obra: Lampur Engenharia
Local: São Paulo, SP
Data do projeto: 2009
Conclusão: 2009

 

Fonte:

Revista Arquitetura & Aço – Edição 32

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