Chapas de gesso variam de acordo com a necessidade

 

A NBR 15.575 também favorece os sistemas drywall. Esta é a opinião de profissionais como Marcelo Pedrosa, da Gypsum Drywall e Omair Zorzi, da Knauf do Brasil. “Principalmente em sua Parte 4, que trata das compartimentações horizontais e verticais”, explica Zorzi. Segundo os especialistas, os sistemas de drywall atendem a todos os quesitos da norma: acústicos, de resistências ao fogo ou mecânicos, como impacto de corpo mole e de corpo duro, solicitações transmitidas por portas, entre outros.

Aliás, a NBR 15.758, de 2009, já foi elaborada com o objetivo de atender as demandas de desempenho descritas na norma atual. Além disso, a NBR 15.575 favorece os sistemas normalizados, caso do sistema drywall. “Portanto, a exigibilidade da NBR 15.575 favorece a utilização dos sistemas drywall por ser este o único sistema de vedação vertical interna totalmente normalizado e adequado à Norma de Desempenho”, enfatiza Pedrosa.

No entanto, é necessário cuidados para a especificação de placas e perfis usados na construção a seco. Existem três modelos de chapas de gesso para drywall, a depender da utilização. Para áreas secas, como paredes, revestimentos e forros, deverão ser utilizadas chapas do tipo ST (standard). Nas áreas úmidas, como cozinhas, banheiros, lavabos e lavanderias, a recomendação é para que sejam utilizadas chapas do tipo RU (resistentes à umidade). Já para caixas de escadas e rotas de fuga, que requerem maior resistência ao fogo, devem ser usadas chapas do tipo RF (resistentes ao fogo).

Também com relação ao desempenho, existem diferenças. “Para paredes curvas, utilizamos chapas mais finas como as de 6,5 ou 9,0 mm. Já para maiores resistências mecânicas ou ao fogo, utilizamos chapas mais grossas como as de 15,0 mm sendo as mais usuais as de 12,5 mm”, explica Zorzi.

No entanto, Pedrosa alerta para a necessidade de, em rotas de fuga, serem utilizadas duas camadas de chapas. “Para esta situação os ensaios laboratoriais comprovam a necessidade de utilização de duas camadas de chapas RF de 15 mm por face da parede para alcançar o resultado.” Nos casos de paredes curvas o especialista da Gypsum também recomenda o uso de duas camadas de chapas para garantir a resistência mecânica do sistema.

Segundo os especialistas apenas dois motivos podem levar a problemas em paredes de drywall: erro no projeto ou qualidade da mão de obra inadequada. Caso contrário, é quase impossível qualquer patologia no sistema e, para preveni-las, faz-se necessário treinamento e qualificação, seja do instalador ou do projetista. Importante assinalar, também, que o sistema drywall é um para vedação interna, sem função estrutural. Desta forma não deve ser utilizado em locais sujeitos a intempéries. “Existem situações, como no caso de construções temporárias, nos estandes de vendas de empreendimentos imobiliários, onde se constrói apartamentos modelos para criar a atmosfera e promover a venda, que se tornou comum a utilização do drywall. Porém única e exclusivamente nestes casos temporários”, afirma Pedrosa.

Para o fechamento externo é necessário recorrer a chapas a base de cimento. Versátil, o sistema drywall aceita todo tipo de acabamento, como pinturas, revestimento cerâmico, laminados, etc. “Porém, alguns acabamentos, como o revestimento cerâmico e os laminados melamínicos, devem ter cuidados especiais, tais como diminuir o espaçamento entre os montantes”, alerta Zorzi.
O drywall possui excelentes propriedades térmicas e acústicas, afirmam os especialistas. Mas, dependendo do desempenho desejado, podem ser aplicadas mantas de lã mineral no interior das paredes.

Perfis estruturais

Também com relação aos perfis estruturais deve-se atender a alguns requisitos inerentes ao aço quando da especificação. “Espessura mínima de 0,80 mm, revestimento de zinco em gramatura 275 e tensão de escoamento mínimo de 230 MPa”, explica Anderson Ferreira, gerente de vendas da Multiperfil. Ele alerta, ainda, que no momento da negociação o comprador deve especificar o tipo de aço.

O mercado consome basicamente perfis nas espessuras de 0,80, 0,95, 1,25 e 1,50 mm. Cada bitola será determinada pelo cálculo estrutural. Ferreira afirma que, desde que devidamente utilizados e respeitando o projeto e cálculo estrutural, os perfis terão longa vida útil. “Estudos de usinas mostram que o aço utilizado na confecção do perfilado quando exposto a ambientes extremamente agressivos, como regiões marítimas onde há muita salinidade do ar, suportam até 25 anos. Como os perfis para steel frame são isolados por lãs, placas cimentícias e painéis de madeira, a vida útil é muito maior”.

Na comparação com o wood frame, ainda segundo o gerente da Multiperfil, o aço tem a vantagem de reduzir o peso da estrutura, nenhuma probabilidade de pragas, como cupim, e maior vida útil.

Ferreira afirma que, apesar de ser ainda um mercado incipiente, a construção a seco tem futuro. “É um segmento que está crescendo cerca de 20% ao ano, bem mais do que o conjunto da economia brasileira e do que a própria construção civil. Quando falamos em construção seca estamos falando em tecnologia e, com o déficit habitacional do país, necessitamos de tecnologias que acelerem o processo construtivo. O steel frame e o drywall são dois dos sistemas mais indicados por proporcionarem diversas vantagens em relação à alvenaria convencional, tais como: rapidez na execução da obra, redução de desperdício, obra limpa, precisão na solicitação de materiais, preço competitivo, entre outras”.

Fonte: Portal E/A