Conheça detalhes da tecnologia que combina estruturas de aço galvanizado com chapas de gesso
Os novos empreendimentos imobiliários do Brasil estão cada vez mais eliminando o conceito de paredes com superfície robusta, rígida, feita de tijolos ou blocos, com massa de cimento, por paredes de drywall. Utilizado na Europa e nos Estados Unidos há mais de 100 anos, o sistema drywall é uma tecnologia que substitui as vedações internas convencionais (paredes, tetos e revestimentos) de quaisquer tipos de edificações. No Brasil, o sistema drywall chegou há 20 anos, ganhando espaço nos últimos anos em função da presença de três grandes fabricantes europeus deste sistema: Lafarge (francesa), Knauf (alemã) e a Placo (francesa).
O sistema drywall vem mudando o conceito de paredes e o processo da construção civil, por ser um sistema limpo, rápido, econômico e racional. Muito utilizado na construção civil, principalmente para áreas comerciais, o drywall consiste em chapas de gesso galvanizado que permitem instalações elétricas e hidráulicas por meio do sistema de fixação a pólvora em tetos (chumbadores químicos) ou aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. As paredes de gesso são mais leves e com espessuras menores que as paredes de alvenaria. O sistema drywall é utilizado somente nos ambientes internos das edificações. Em caso de fechamentos externos o sistema utilizado é perfil de aço estrutural, conhecido como steel frame com fechamento de chapas cimentícias, que são mais resistentes à ação de ventos e chuvas. O drywall é constituído basicamente de uma estrutura metálica leve em perfis de aço galvanizado formada por guias e montantes, sobre os quais são fixadas placas de gesso acartonado, em uma ou mais camadas, gerando uma superfície apta a receber o acabamento final (pintura, papel de parede, cerâmica, etc). Apesar da aparência frágil, as chapas de drywall que possuem os dois versos de cartão e o recheio de gesso aditivado, são resistentes. Isso, porque o pó de gesso nada mais é do que a rocha gypsita desidratada, e, em contato com a água, ele vira pedra de novo. Além disso, para áreas molhadas ou que sejam mais propensas ao fogo, há versões especiais.
Instalação
O processo de instalação do drywall é mais simples, preciso e rápido se comparado com paredes de alvenaria. Porém recomenda-se que esse serviço seja feita por um profissional habilitado, credenciado pelas empresas fabricantes de chapas para drywall, pois as junções entre as chapas exigem técnica e prática. O tamanho padrão das chapas é de 1,2 m x 2,4 m. O padrão de tamanho das chapas de drywall é de 1,2 m de largura, porém, algumas empresas oferecem chapas com tamanhos especiais que vão de 3 até 3,5 m de largura. A espessura convencional do drywall é de 1,5 cm para tetos e de 1,2 cm para paredes, mas pode haver variações. Para cada 100 m² de drywall é necessário aproximadamente 3,5 kg de pregos revestidos, um balde de 19 litros de massa de rejuntamento misturada e um rolo de 150 m de fita. Paredes de drywall podem receber cargas como as de armários de cozinha, TV, microondas, entre outras cargas equivalentes, porém, devem ser reforçadas internamente para receber essa carga. Esse reforço interno das paredes pode ser feito com madeira tratada ou com chapa de aço galvanizada, utilizando distâncias recomendadas e buchas específicas para o sistema drywall. Montada a estrutura principal, pode-se colocar uma ou mais placas de drywall, fazer tratamento acústico ou térmico, adicionar reforços necessários para sustentar armários ou pias e verificar onde serão usadas paredes especiais para umidade ou resistência ao fogo. Terminada a montagem, a superfície resultante é uniforme, com aparência monolítica, e aceita qualquer tipo de revestimento: pintura, colagem, cerâmica, pastilhas e até mesmo pedras, como mármores. Quanto à pintura, o drywall aceita melhor as tintas foscas, já as variedades brilho e semi-brilho devem ser evitadas. É recomendável contratar pintores com experiência com o material. Para a isolação acústica são usadas várias placas com os seus vazios preenchidos com lã mineral. Por fim, para a fixação dos painéis, cada fabricante disponibiliza de um sistema de buchas e parafusos específico, incluindo pontos de ancoragem de cargas, que suportam até 30 kg por ponto fixo.
Gesso Acartonado
A tecnologia da construção seca está cada vez mais substituindo as técnicas construtivas tradicionais e já está incorporada aos projetos arquitetônicos. O gesso está participando das técnicas modernas na fabricação de painéis para paredes, forros e revestimento. O gesso acartonado surgiu por volta de 1895 nos Estados Unidos, criado por Augustine Sackett, juntando a resistência à tração, que é proporcionada pelo cartão, e a resistência à compressão, proporcionada pelo gesso. O painel de gesso acartonado é composto por um ‘sanduíche’ de cartão-gesso-cartão; esse ‘recheio’ é obtido través da mistura do gesso comum a alguns aditivos que:
- aumentam a porosidade da pasta para tornar o painel de gesso acartonado leve (10 Kg/ m²);
- aumentam a resistência mecânica;
- aderem o cartão ao gesso.
O cartão empregado nos painéis é fabricado exclusivamente para este fim e recebe tratamentos em sua composição e estrutura (que são regidos por normas internacionais). O gesso acartonado é resultante da experimentação bem sucedida da união de dois materiais com características bem distintas: o gesso e um papel cartão especial que juntos garantem melhorias qualitativas e quantitativas a qualquer construção, adquirindo assim a resistência a impactos, além do uso bastante divulgado como forro e também em divisões de ambientes substituindo muito bem a alvenaria, quando recebendo as devidas adaptações. Além disso, esta combinação ‘sanduíche’ de cartão-gesso-cartão das placas de drywall, impedem que ocorram as indesejáveis trincas devido a constantes dilatações do material com as amplitudes térmicas e a secagem da massa de gesso, visto que este já sai seco da indústria envolto no papel que lhe dá rigidez nas dilatações e impede o amarelamento do gesso.
- Coeficiente de condutibilidade térmica 0,38 kcal/cm².h.ºC;
- Peso específico aparente 19 g/cm³;
- Resistência a tração 21 kg/cm².
Fabricação dos painéis
A gipsita (gesso mineral), estocada ao ar livre, passa por um britador de impacto, que reduz a sua granulometria. Em seguida, é triturada e levada por uma correia transportadora até um silo,seguindo, então, para a fase de moagem e calcinação, onde perde cerca de 75% de água, tornando-se o pó que conhecemos como gesso. O gesso é misturado à água e aditivos, formando uma pasta lançada num processo de laminação contínua entre duas folhas do cartão especial,que aderem química e mecanicamente ao gesso, formando painéis estruturados. Em seguida passam pelo processo de secagem e cura, durante o qual as moléculas do gesso se reagrupam em cristais, readquirindo sua formação rochosa original, porém com um nível de pureza elevado. Para garantir a qualidade dos painéis, todo o processo de fabricação segue normas e especificações brasileiras e internacionais.
A utilização dos Painéis
Os painéis de gesso acartonado são utilizados para a construção de paredes, forros, ‘meias-paredes’ e para revestimento. A placa de gesso de espessura de 7,50 a 15,50 mm revestida em ambos os lados por múltiplas camadas de papel resulta em espessuras finais das placas de 10 a 18 mm. As placas de gesso acartonado possuem bordas rebaixadas para execução das juntas, e podem ser de três tipos, de acordo com a utilização a qual se destinam:
- Normais: (padrão ou standard), para paredes sem exigência especifica;
- Resistentes à umidade: tratadas com produtos hidrofugantes, como o silicone.
- Resistentes ao fogo: possuem aditivos para retardar a liberação de água da chapa, evitando o colapso da peça.
Espessuras, larguras e resistências podem ser ajustadas de acordo com o projeto. Pode-se aumentar o número de placas, elevando a resistência mecânica e ao fogo e melhorando a isolação acústica.
Vantagens
- Menor espessura das paredes proporcionando aumento da área útil do imóvel;
- Liberdade de formas no projeto arquitetônico;
- As paredes podem ter qualquer forma, e podem receber qualquer tipo de acabamento;
- São muito leves, diminuindo, portanto a carga da estrutura, permitindo a adoção de estruturas mais esbeltas, com redução e supressão de alguns elementos, tais como vigas sob as paredes;
- Recebe qualquer tipo de acabamento;
- Possuem boa resistência mecânica e excelente isolamento térmico e acústico;
- Resistente ao Fogo, não propaga a chama;
- A facilidade de instalação reduz o tempo de execução da obra e os custos de mão-de-obra;
- Por ser uma construção seca evita perdas com massas e entulhos;
- Instalações elétricas, hidráulicas, gás, telefone e outras são executadas e testadas durante a execução das paredes, evitando reabertura das mesmas, o que resultaria em desperdício de materiais, tempo e mão-de-obra.
Ficha Técnica
Fotos e Imagens: Portal Met@lica e UFSC.