Beleza aparente:
Tijolos à vista, estrutura metálica e muito concreto fazem desta casa um verdadeiro paraíso contemporâneo
O desafio era grande: construir uma casa espaçosa em um terreno repleto de árvores e bambus com cerca de 30 anos de existência. Como o desejo era mantê-los, os arquitetos mexicanos Edna Garza e Darío Camisay, à frente do escritório que leva os seus sobrenomes, planejaram uma morada de apenas 170 m², localizada em Monterrey, no México. As plantas são, atualmente, uma ampla cortina verde para a edificação, que se transformou em um verdadeiro camarote de contemplação da natureza.
As janelas que cercam a construção possibilitam uma vista privilegiada para as espécies nativas. “Elas formam uma barreira para a rua, o que garante privacidade aos moradores”, afirmam os profissionais. O formato também privilegiou essa característica. Erguida em “L”, a edificação se fecha completamente para a área externa e se abre para o interior do lote, dando vida a um pátio pra lá de charmoso. “É uma maneira também de integrar o jardim ao interior da casa”, comenta Camisay. O espaço é o preferido dos moradores, que adoram fazer refeições ao ar livre e aproveitar os dias de folga no local. Amplos, os espaços internos são conectados e contam com pé-direito alto, fatores que facilitam a circulação de ar e a iluminação.
Arquitetura à vista
Para garantir leveza ao projeto, os arquitetos optaram por erguer a residência com estrutura metálica. O método também é uma forma de minimizar os impactos ambientais, já que consome menos materiais durante a obra, além de evitar o acúmulo de entulho. O esqueleto da morada foi, então, preenchido com charmosos tijolos, que ficaram aparentes, mistura que remete a galpões industriais ou aos famosos lofts. “Fazemos a construção ao mesmo tempo que revestimos os ambientes da casa. Os materiais têm dupla função, o que reduz os custos de implementação, acelera a entrega do projeto e, sobretudo, minimiza a necessidade de manutenção dos acabamentos”, comentam os arquitetos.
Um exemplo dessa história está no piso da casa inteira, que recebeu concreto polido. Lajes feitas com o mesmo material também ficaram expostas, uma forma de ressaltar o desejo dos profissionais. “A referência direta ao adotar essas ideias na proposta corresponde às premissas utilizadas na arquitetura industrial”, explicam.
Soluções funcionais
Além das aberturas convencionais, a casa tem recortes em pontos estratégicos: o posicionamento das aberturas (rentes ao teto) garante privacidade e iluminação natural simultaneamente. Tudo isso foi milimetricamente pensado pelos arquitetos, que optaram por fazer da morada um camarote para a natureza ao redor.
O forro do projeto também é de concreto aparente, material bastante utilizado pelos profissionais. Para garantir espaços aconchegantes, o cinza é aquecido pelo charme dos tijolos à vista, que ajudam a deixar os ambientes com ares de casa de campo.
Com todos esses cuidados, a casa de apenas 170 m² aparenta ser maior. Tal característica se deve à distribuição dos cômodos e ao pé-direito amplo. Tudo isso sem degradar o meio ambiente, uma prova de que é possível estabelecer uma relação saudável entre a arquitetura e a natureza.
Confira quem fez
Arquitetos: Edna Garza e Darío Camisay
Arquitetos colaboradores: Anakaren Sánchez e Deniss López
Texto: Juliana Duarte
Fotos: Adrian Llaguno/Divulgação