A Fachada na Arquitetura Contemporânea Imponente, sutil, elegante, arrojada, clássica, moderna, ou futurista, qualquer que seja seu estilo, cor ou tamanho, a fachada é o primeiro impacto que o observador recebe antes de entrar num edifício. A fachada interage e se integra ao espaço urbano, modificando e enriquecendo a paisagem das cidades, sustentada pelo avanço tecnológico da indústria de materiais de construção. Atuando como uma pele que reveste o esqueleto estrutural – seja este de aço ou concreto – , placas de alumínio composto, vidros especiais, policarbonato, lâminas moldáveis, chapas de aço ou painéis pré-moldados vem substituindo o uso do concreto aparente, conferindo as fachadas soluções que aliam alta tecnologia, facilidade de montagem e manutenção, apurado controle termoacústico, leveza, alta resistência e durabilidade. Uma fachada eficiente está atrelada à sua capacidade de reduzir impactos ambientais no funcionamento do empreendimento como um todo e, em sua própria construção. Quando o projetista desenha o empreendimento deve-se levar em conta alguns aspectos na escolha da fachada. Não existe uma padronização nem solução ideal para uma fachada ser considerada eficiente. A envoltória deve ter a função básica de proteger o interior da casa ou edifício. Para tanto deve apresentar alta estanqueidade à água, poeira e ruídos, aliada também à rigidez do material utilizado na fachada, a durabilidade e o baixo custo de manutenção. Em um segundo momento, deve ser exigido da fachada o fornecimento de luz, calor e ventilação. O tipo de fachada utilizado deve permitir que haja passagem de luz suficiente para garantir iluminação natural ao ambiente, garantindo conforto visual de forma a otimizar o consumo de energia para a iluminação artificial e também otimizar o consumo de energia na climatização do ambiente em se tratando da quantidade de calor que passa de fora para dentro. Neste contexto queremos destacar o uso e aplicações dos quatro materiais cada vez mais presentes nos projetos atuais: Aço Inox; Alumínio; Painéis Pré-fabricados; Vidro.

Aço Inox

O aço inoxidável é um material ecologicamente correto, prático e funcional, com alto apelo estético. É um material extremamente versátil e perfeitamente adequado para aplicações na arquitetura e construção civil, incluindo fachadas, revestimentos e coberturas, janelas, portas, entradas de edifícios e mobiliário urbano. Visualmente atrativo, transmite sensação de resistência e durabilidade, refletindo as cores e imagens de elementos que estão em seu entorno e absorvendo as tonalidades do ambiente com um efeito dinâmico. Complementando e compondo-se com outros materiais, como mármore, granito e madeira, o aço inoxidável realça as características estéticas do edifício, sendo perfeitamente adequado para uso em revestimento de fachadas por ser um material altamente durável, resistente à corrosão atmosférica e com baixa necessidade de manutenção.   Permite a escolha de diversas opções de acabamento, desde o polido espelhado ao escovado ou com relevos, e apresenta também a opção inox colorido, com tecnologia de ponta já disponível no mercado brasileiro. Suas características técnicas o colocam como material adequado para uso em áreas inacessíveis e ao mesmo tempo expostas a intempéries, sujeitas ao ataque de agentes corrosivos. Uma das obras mais antigas a receber a aplicação do produto é o Chrysler Building, em New York, que marca a primeira construção em aço inox nos Estados Unidos. Este cartão postal nova iorquino, construído em 1921, foi lavado apenas duas vezes, em 1961 e em 1995. Outro projeto expressivo da arquitetura mundial é o Petronas Twin Towers, em Kuala Lumpur na Malásia, onde foram utilizados 65.000 m² de revestimentos de aço inoxidável. No Brasil, um dos exemplos é o do Bank Boston, que utilizou 90 toneladas de inox AISI 316. O edifício Tenerife em São Paulo, que utilizou cerca de 40 toneladas de chapas de aço inox escovado nas fachadas laterais, no hall dos elevadores e nos revestimentos das paredes. A sede da Telesp Celular, cuja fachada tem cerca de 6 mil metros quadrados de revestimento em inox. Erguido na esquina das avenidas Roque Petroni Júnior e Chucri Zaidan, ao lado do Morumbi Shopping e do Market Place, num dos pontos mais nobres do novo centro empresarial de São Paulo, o projeto é assinado pelo escritório de arquitetura Edo Rocha e traz uma arrojada combinação de painéis curvos e retos de inox 304, alternando acabamentos escovado (BB) e polido (Nº 5).

O Alumínio

A caixilharia é um dos segmentos mais tradicionais do alumínio, sendo encontrado hoje com variada disponibilidade de cores e acabamentos. As mesmas qualidades que consagraram o alumínio nas esquadrias estão influenciando também a decisão dos profissionais da construção civil na definição dos revestimentos para fachadas e interiores de prédios industriais, residenciais, comerciais, shoppings centers e aeroportos. Outra aplicação consagrada na construção civil são as telhas de alumínio, empregadas em coberturas e revestimentos de prédios não-residenciais, por sua leveza (seu peso específico equivale a 1/3 do aço), resistência e durabilidade. Também há um significativo consumo de alumínio em estruturas para grandes vãos ou montagem temporária de obras e instalações. Em todos os segmentos, o alumínio possui um diferencial, como material acessível, capaz de atender todas as necessidades da construção civil. Os painéis compostos de alumínio – ACM (Aluminum Composite Material) foram criados em 1965 na Alemanha pela empresa Alusuisse Composites, empresa incorporada pela Alcan em setembro de 2000, sendo atualmente um dos seus departamentos: a Alcan Composites. Destinados principalmente ao revestimento de fachadas, entre seus diversos atributos destaca-se sua condição de maleabilidade, característica que dá a esse painel metálico grande facilidade de conformação. Com o material é possível, por exemplo, moldar formas esculturais. Enquanto outros revestimentos costumam refletir o desenho da estrutura, no caso, o painel de alumínio pode, por si, constituir a linguagem da edificação. Há outra vantagem que os painéis de alumínio trouxeram para o processo construtivo: a agilidade de montagem. Etapas diferentes de obra, como a instalação de esquadrias e o revestimento de fachadas, são realizadas simultaneamente uma vez que, na maioria dos casos, o próprio fabricante de esquadrias aplica os painéis de alumínio. Quanto à manutenção, água, sabão e limpeza freqüente, evitando o uso de produtos alcalinos, ácidos ou abrasivos ou seja, utilizar para os painéis compostos de alumínio o mesmo procedimento realizado com os vidros. De acordo com os fabricantes esse é o “segredo” para que os painéis de alumínio conservem por mais tempo seu aspecto inicial. Durante a fase de projeto, deve-se prever como se comportarão as superfícies em termos de retenção da sujeira transportada pelo ar – superfícies horizontais e inclinadas acumulam mais sujeira. Também deve-se permitir que a chuva se comporte como um agente de limpeza, orientando o caminho das águas de maneira a concentrar e drenar a água suja, em vez de permitir que escorra e seque sobre os painéis. Por último, deve-se prever formas de acesso periódico que não danifiquem os painéis.

Alucobond

É um painel composto, constituído por duas lâminas de alumínio e um núcleo de polietileno. Caracterizado pela sua grande planicidade, pela possibilidade de ser utilizado em grandes dimensões, assim como pela sua capacidade de adaptação às formas e recortes mais diversos, devido a possibilidade de fresar sua face posterior. A sua estrutura combina leveza e alta resistência à ruptura, podendo ser manipulado com grande facilidade. Projeto do arquiteto Telesforo Giorgio Cristofani, de 1970, o Edifício-Sede da Telefônica passou por um retrofit em 2001, acompanhando a mudança de imagem da antiga Telesp no país. Painéis Pré Fabricados Rapidez e facilidade de aplicação, obra limpa e sem desperdícios. Seguindo uma tendência internacional de converter o canteiro de obras em área de montagem, as fachadas pré-fabricadas, cada vez mais empregadas em empreendimentos comerciais, residenciais e hoteleiros, permitem que a obra seja concluída em prazo menor, se comparado às executadas com alvenaria. Existem no mercado vários tipos de painéis pré-fabricados de cimento, com diferentes características em sua composição, peso e acabamento externo, entre eles:

Pavi do Brasil

Os painéis Pavi são constituídos por duas lâminas de G.F.R.C., com 10 mm de espessura e ligadas entre si por uma manta de fibra de lã de vidro. Deste modo, obtem-se um funcionamento homogêneo na compressão e na flexão das duas lâminas, garantindo-se um componente único e estável. Com flexibilidade dimensional, peso entre 50 a 70 Kg/m², oferecem facilidade no desenvolvimento de detalhes arquitetônicos de maior complexidade, como painéis curvos, cascas, baixos-relevos, frisos, etc., com acabamento externo em concreto lavado, em diversas cores e texturas, obtidas a partir de agregados naturais selecionados que conferem um aspecto semelhante ao fulget.

Painéis Arquitetônicos de Concreto

Os painéis pré-fabricados de concreto convencional utilizam pedras naturais ou regionais, areia natural, cimento de alta resistência, pigmentos, aço de armadura e aditivos tecnológicos, e são fixados às estruturas (de concreto ou de aço) através de inserts metálicos embutidos nos painéis (chapas, tubos, peças especiais de montagem). O acabamento pode ser colorido por intermédio da adição de pigmentos inorgânicos e estáveis, bem como pela utilização de agregados coloridos ou com revestimento de granito e mármore. Neste caso, as pedras são incorporadas aos painéis durante o processo produtivo, o que propicia larga vantagem técnica em comparação aos sistemas convencionais.

 Vidro

Material nobre por excelência, a história do vidro teve sua origem 4.000 anos antes de Cristo. A atração pelo vidro deu-se tanto pelas suas funções naturais como pela sua beleza que o levou a fazer parte da arquitetura e da arte. Tanto nas construções do passado como nas de hoje, o vidro é utilizado em primeiro lugar pela sua transparência, sinônimo de luz e comunicação. Símbolo de modernidade arquitetônica desde o século XIX o vidro é igualmente um material “tecnologicamente avançado”, funcional e refinado, podendo tirar partido das suas qualidades de transparência de forma discreta ou plena. O vidro enquanto suporte de transparência pode ser utilizado para fins decorativos.Os arquitetos dedicaram-se à exploração desta característica para produzir envolventes fachadas de vidro, explorando as tonalidades e efeitos, no uso de vidro impresso, ou translúcido, serigrafado, de cristal líquido, etc. Graças à investigação e a evolução da tecnologia do qual beneficiou-se nestas últimas décadas, o material foi conquistando novas funções com o intuito de responder às exigências modernas de conforto (térmico, acústico) e de segurança (resistência e proteção contra o fogo, proteção contra intrusões, anti-choque, anti-bala). Neste contexto as aplicações do vidro na qualidade de elemento estrutural multiplicam-se. Os últimos 10 anos conheceram um desenvolvimento espetacular nas utilizações do vidro, especialmente nas funções mais estruturais, (pilares, escadas, pavimentos, fachadas) e inovadoras (vidros curvos, duplos, com cristal líquido, etc).