Visto como um setor predominantemente ocupado por homens, a presença das mulheres tem se mostrado cada vez maior na construção civil. Embora a parcela seja menor a 20% do total de profissionais, dados do Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) indicam um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2020, o crescimento foi de 5,5% de cargos para mulheres com carteira assinada no país. A presença feminina está crescendo em cursos e escritórios de Engenharia Civil. Aos poucos, elas também estão ocupando os canteiros de obra, onde são reconhecidas por serem perfeccionistas e responsáveis. As novas tecnologias vem ajudando na inclusão, mudando os processos de trabalho que podem ser realizados por mulheres.
“A luta para conseguir representatividade em um setor majoritariamente masculino não é fácil. Os resultados recentes do setor são animadores, porém não o suficiente, mas seguimos em busca de mais inclusão”, avalia a especialista Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa especializada em overlays da América Latina.
Na liderança da Fast Engenharia, Tatiana coordenou a montagem de grandes eventos como as Olimpíadas do Rio 2016, a Copa do Mundo do Brasil 2014, GP de Fórmula 1 de São Paulo, Jogos Sul-Americanos de 2022 do Paraguai, entre outros projetos. No Brasil, foram criados vários projetos para qualificar a mão de obra feminina, entre eles o Programa Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil, criado em 2012 pelo governo federal, tendo como propósito formar mulheres de baixa renda para a inserção nesse mercado.
O terceiro setor também vem estimulando o ingresso das mulheres na construção. Das iniciativas criadas, destacam-se o projeto Mão na Massa, no Rio de Janeiro, e a ONG Mulheres em Construção, no Rio Grande do Sul. As propostas têm como objetivo oferecer cursos de formação na área da construção civil, promovendo autonomia e empoderamento das trabalhadoras.