Expansão Estratégica

A indústria de biscoitos Marilan investe em plano arquitetônico inovador para ampliar capacidade e qualidade produtiva e também oferecer mais conforto aos funcionários em um projeto que utilizou o aço em várias soluções.

Em 1996, quando o escritório de arquitetura paulistano NPC foi contratado para projetar a expansão da indústria de biscoitos Marilan, em Marília, interior de São Paulo, já estava prevista não só a construção de novas áreas fabris, como setores de convivência para os funcionários. Na primeira etapa do plano diretor, foram concluídos o novo setor de produção e produto acabado, o laboratório de desenvolvimento e controle de qualidade, o setor de engenharia e controle e áreas de apoio e insumos. Desde a fase inicial, o aço foi intensamente utilizado, explica um dos arquitetos titulares do projeto Valério Pietraróia. “O material foi escolhido para figurar onde ele tem seu melhor desempenho: na cobertura e nos fechamento laterais, permitindo um vão livre de 25 m e nas aberturas em sheds, valorizando a volumetria do prédio de 250m de comprimento”, aponta.

Antonio Augusto Ambrósio Junior, diretor comercial da Estruturas Metálicas Brasil, empresa que forneceu os componentes de aço, revela que esta cobertura do galpão, com tesoura em duas águas e sistema de shed europeu, proporciona iluminação e ventilação naturais. Já o fechamento lateral, detalha Junior, é constituído de telhas de aço pré-pintado na cor branca.


Para garantir a iluminação e ventilação naturais do galpão industrial, os arquitetos optaram por uma cobertura com tesoura de duas águas e sistema de shed europeu. A luminosidade interna é ainda reforçada por telhas de aço pré-pintado, utilizadas no fechamento lateral

Na segunda etapa de ampliação da fábrica, foi construída uma passarela que interliga a área de convivência ao restaurante. Em estrutura metálica e coberta por telhas termoacústicas, a passarela está a 6,50m do solo para permitir o livre acesso de caminhões

A duplicação inicial da planta, que ganhou cerca de 14 mil m2, aconteceu no final da década de 1990 e a área de convivência de funcionários foi concluída em 2000. Já o prédio administrativo, o setor de treinamentos e a passarela metálica, que atravessa a rodovia e interliga a área à cidade, foram construídos sete anos depois, marcando o cinquentenário da empresa. Nesta segunda fase de expansão, implantouse ainda o tratamento de todas as fachadas dos edifícios antigos e a construção do restaurante, equipamento que se destaca na unidade fabril.

Para ter um restaurante completo, e não apenas um refeitório, elaborou-se um edifício que se desenvolveu ao longo da rua interna, totalmente voltado para a área de convivência e a ela conectado. Na obra, o aço destaca-se em elementos como os perfis que sustentam a parede de elemento vazado, nas escadas internas e estruturas auxiliares para iluminação, balcões e também na cobertura da cozinha, que se prolonga sobre a rua até o setor de convívio.

O restaurante, assim como toda a expansão e reforma da Marilan, atendeu aspectos de funcionalidade, economia, rapidez na montagem e desempenho. Além disso, a indústria, que emprega atualmente cerca de 2.300 funcionários diretos, acredita que investir em um plano arquitetônico deste porte é fundamental para concorrer em um mercado globalizado. “Diante destes anseios, propusemos soluções que foram além: atenderam às expectativas e introduziram aspectos de conforto ambiental, ventilação e iluminação naturais em um partido que valorizou a posição estratégica da Marilan”, conclui Pietraróia.

No final dos anos 1990, a fábrica Marilan decidiu investir em um projeto arquitetônico que não só representasse maior produtividade, mas qualidade de vida aos funcionários. Na primeira fase, concluída em 2000, a área fabril duplicada garantiu aos arquitetos do escritório NPC o primeiro lugar na premiação do IAB/SP

Projeto arquitetônico: Cláudia Nucci, Valério Pietraróia e Sérgio Camargo
Colaboradores: Michelle Catta- -Preta, Amarílis Piza, Heloíza Mello Castro e Bruna Jorge Alves
Área construída: 14.956 m²
Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica (estrutura), aço galvanizado pré-pintado (cobertura e fechamentos)
Projeto estrutural: Cláudio Puga e José A. Ávila
Fornecimento da estrutura metálica: Estruturas Metálicas Brasil
Execução da obra: Ravenna Engenharia
Local: Marília, SP
Data do projeto: 1996
Conclusão da obra: 2007

Fonte:

Revista Arquitetura & Aço – ed. nº 20
Fotos: Nelson Kon e Valério Pietraróia