Primeiro Túnel submarino no Brasil
Uma ligação entre as cidades de Santos e Guarujá com 1,7 km de extensão, vai aplicar uma tecnologia altamente inovadora utilizada nos EUA.
O projeto engloba 950 metros de rampas de acesso, um espaço de 5 metros de largura para perdestes e ciclistas e a novidade um túnel de 761 metros de extensão e 21 de profundidade.
O projeto bastante visado conta com a concorrência de várias empresas dentro e fora do Brasil incluindo países como Espanha, Holanda, Itália e Coréia do Sul. A tecnologia a ser empregada chama-se Módulo Imerso Fabricado e é similar à utilizada pelos EUA na construção do Transbay Tube em São Francisco.
Processo Construtivo
Uma trincheira será aberta no fundo do canal onde módulos pré-fabricados serão assentados. Essas peças são na verdade compartimentos de concreto com 127 metros de comprimento, 35 m de largura e 10 m de altura. Um a um, eles serão rebocados por flutuação até o local de lançamento, onde serão imersos a 21 m de profundidade e fixados aos demais módulos
Esse método evita grandes volumes de escavações. Ao total serão seis módulos cada um desses módulos receberá 60 mil m³ de concreto, com resistência de 35 Mpa. Depois de curadas, elas serão rebocadas pelo mar ao longo de 35 km para chegar ao local de execução da obra.
Desenho mostra como será o interior do túnel, com pistas em dois sentidos, ciclo faixa e área de circulação para pedestres
A opção por esse método construtivo se dá por três razões:
1-Tempo de obra: estimado em 44 meses a partir da instalação do canteiro de obras.
2-Custo: avaliado em R$ 2,8 bilhões e menos caro do que a construção de uma ponte estaiada ou de um túnel que usasse a tecnologia NATM – método austríaco de escavação.
3-Tráfego Contínuo: por não precisar interromper o tráfego de navios no estuário.
Quando concluído, o túnel submerso Santos-Guarujá, terá 4,5 km de obras viárias em superfície e em viadutos, poderá ser percorrido em um minuto por um automóvel. A ligação por um túnel entre as duas cidades é imaginada há quase 80 anos. Os túneis terão espaço para carros, ônibus, caminhões e também pedestres e bicicletas. A obra deve aliviar a operação das nove balsas que fazem a ligação entre as duas cidades, mas os planos da Dersa (que também opera as barcaças) são de mantê-las em operação quando o túnel estiver aberto.
Hoje a travessia entre os dois municípios se dá através de balsa ou por um desvio que alonga o percurso em 45 km.
A demanda atual de transporte de carga na região é feita por 1.900 caminhões por dia, com 200 atendidos pela travessia por embarcações e 1.700 pela rodovia Cônego Domenico Rangoni. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), responsável pelo projeto em parceria com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), estimou a princípio que as obras iniciariam em julho, mas teve suas expectativas frustradas pela falta de recursos e agora o início da obra não tem ainda uma data prevista.
Depois de pronto o túnel atenderá cerca de 40.000 pessoas que viajam por dia entre os dois municípios. O Submerso deve custar R$ 2,8 bilhões, com recursos do Estado de São Paulo e do BNDES, e atenderá cerca de 40 mil pessoas por dia que viajam entre Santos e Guarujá.
Obra: Transposição do canal do Porto de Santos, por meio de túnel imerso (tecnologia inédita no Brasil) e adequação do sistema viário de acesso.
Extensão: 1.700 m Local: Santos / Guarujá
Características Técnicas
• Túnel submerso com extensão de 762 m + 950 m de rampas de acesso
• Viário de superfície (novas ruas e viadutos) de 4,2 km com 3 faixas por sentido de 3,50 m
• Contará com doca seca para execução dos módulos pré-moldados
• Duto para passagens de pedestres e bicicletas com 4,0 m de largura
• 6 módulos em concreto armado, executados a uma profundidade de aproximadamente 21,0 m
Benefícios
• Atender às demandas atuais e futuras de pedestres, ciclistas, motociclistas, automóveis, ônibus urbanos e caminhões
• Interligar Santos e Guarujá, em especial os percursos de trabalhadores
• Permitir a integração dos sistemas de transportes públicos, e proporcionar a extensão do sistema VLT para o Guarujá
• Reduzir conflitos da travessia por balsas e barcas com tráfego de navios
• Proporcionar acesso ao aeroporto do Guarujá
• Redução das emissões de gases de efeito estufa: redução de 18,5 mil toneladas/ano de CO2 (46%) e de 72 toneladas/ano de CO (25%)
Cronograma
Previsão de término: 44 meses a partir do início da obra
Fonte: Cimento Itambé
www.dersa.sp.gov.br
Equipe de Redação Portal Metálica