Composições diversas de cobertura podem ser usadas para incrementar conforto térmico das edificações

O mercado de telhas termo isolantes deve fechar o ano de 2014 registrando estagnação no seu crescimento. De acordo com fabricantes, embora o volume de consultas siga crescendo, principalmente no segmento industrial, as vendas praticamente estancaram no primeiro semestre. Eventos como a Copa do Mundo e as eleições, além da previsão de um PIB fraco, estão sendo decisivos para conformar esse cenário de retração.

“Vários negócios estão sendo postergados e 2014 corre o risco de ser um ano perdido. Vale lembrar que a construção civil é sempre o primeiro setor a se ressentir e o último a se recuperar desses baques”, lembra Edson Miranda, conselheiro técnico de coberturas da Associação Brasileira de Construção Metálica (Abcem) e gerente geral da Perfilor. “Estamos vivendo um ano atípico, mas, de qualquer forma, as obras estão andando e, em algum momento, devem ser cobertas. Crescemos 20% em 2013 e a expectativa é manter esse número neste ano”, confirma Willian Bonatto, gerente de vendas da Dânica.

Apesar dos percalços momentâneos, a expectativa é que o panorama seja mais positivo nos próximos anos. Além de investir em capacitação de mão de obra especializada, aquisição de máquinas e desenvolvimento tecnológico, o setor também pretende aumentar a participação do sistema no segmento residencial. Para que isso ocorra, no entanto, terá de vencer as barreiras da falta de cultura de uso e do custo, ainda elevado quando comparado às telhas tradicionalmente usadas nessas edificações. “No segmento industrial, o empresariado já está se conscientizando do retorno financeiro proporcionado pelos sistemas que aumentam o conforto dentro dos ambientes de trabalho”, observa Caroline Salvador Kuerten, vendedora técnica da Dânica.

Composições

Fachada colorida

As telhas termo-isolantes têm a função de reduzir as trocas térmicas e condicionar temperaturas internas (no caso de climatização). São compostas por duas telhas de aço ou alumínio em formatos variados (plano, ondulado ou trapezoidal), separadas por um material isolante, que pode ser espuma rígida de poliuretano, poli-isocianurato ou poliestireno ou lãs de rocha, de vidro e PET. De acordo com Edson Miranda, da Abcem, a capacidade de isolamento térmico dependerá da espessura e da densidade do material isolante empregado. “De forma geral, o poliuretano é um dos materiais mais eficientes, mas não quer dizer que é necessariamente o melhor. Um isolante menos eficiente pode se tornar mais eficaz se usado com uma espessura maior”, observa.

Hoje, o mercado oferece dois tipos de soluções: as telhas prontas e as montadas na obra. Os chamados painéis rígidos ou monolíticos recebem injeção do material isolante (poliuretano, poliestireno e poli-isocianurato) – que são colados às chapas – e chegam prontos na obra. Já as telhas que serão compostas com as lãs são entregues com os componentes separados para serem montados no próprio canteiro. “O painel pronto é um sistema mais rígido que deve ser aplicado a uma estrutura metálica plana e alinhada. São mais rápidos de serem instalados e dispensam mão de obra especializada. Já o sistema montado permite ajustes, portanto, pode ser usado em coberturas mais curvas. Mas exige operários capacitados e mais tempo de execução”, compara Miranda, lembrando ainda que os sistemas montados na obra possuem flexibilidade maior de composição de materiais. “Podem ser compostos com diversos perfis de telhas e espessuras de chapas de aço diferentes. O miolo isolante também pode ser combinado com materiais e espessuras diversas, o que contribui para atingir níveis de isolamento térmicos específicos”, completa.

Vale lembrar que o custo do frete, maior quando se opta pelos painéis prontos (já que ocupam muito mais espaço nas carretas) deve ser ponderado no momento da escolha.

Projeto e montagem

O ideal é que o projeto de cobertura considere desde o início o tipo de telha que será usada como fechamento. “O que nem sempre acontece. É mais comum que o produto seja comprado no final da obra e tenha de se adaptar à estrutura”, observa Miranda. Outro erro grave é projetar coberturas prevendo grandes áreas de iluminação natural, o que prejudicará o desempenho térmico. “Usar 20% de material translúcido no telhado é temerário. Pode atender às necessidades de iluminação, mas certamente prejudicará o isolamento térmico da edificação.”

Seja no sistema pronto ou montado em obra, a qualidade da execução é fundamental para garantir a estanqueidade da cobertura e o desempenho do isolamento térmico. A instalação dos painéis prontos é simples e bastante similar à das telhas convencionais, devendo ser executada sobre a estrutura metálica alinhada e nivelada, evitando sobreposições. Já as desmontadas são instaladas a partir da primeira camada de telha sobre a estrutura do telhado. Em seguida, é instalado um espaçador metálico que garante o vão para receber a manta isolante e que serve de apoio à telha superior. As mantas de lã são desenroladas sobre a telha inferior e, para finalizar, uma última camada de telha é aplicada. Esses sistemas demandam arremates de borda precisos para que a manta isolante não fique exposta.

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