Ao longo dos anos, a construção civil brasileira tem experimentado um processo contínuo de evolução tecnológica. E no passado mais recente, os avanços tem se tornado cada vez mais velozes, seja pela adoção de ferramentas de TI, cada como, por exemplo, o BIM (Building Information Modeling), seja pela utilização de materiais cada vez mais eficientes. Ou então, pelo aprimoramento das técnicas construtivas por intermédio da aplicação de normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Neste contexto, um dos avanços mais recentes consiste na entrada em vigor da norma ABNT-NBR 15.575 (Edificações Habitacionais – Desempenho), que tem por objetivo final contribuir para que os consumidores obtenham produtos (no caso, edificações residenciais ou comerciais) cada vez melhores, mais confortáveis e eficientes. Inclusive, em se tratando de desempenho na construção civil, é possível constatar que este parâmetro fundamenta-se principalmente na tríade formada por durabilidade, resistência e economia.

No que diz respeito especificamente às telhas de alumínio como solução para cobertura de edificações, verifica-se que se trata de um produto altamente convergente com a tríade mencionada.

Em termos de durabilidade, este produto apresenta características bastante peculiares que o tornam muito resistente à ação das intempéries e, consequentemente, conferindo-lhe grande longevidade. A título de ilustração desta propriedade, podemos citar exemplos de obras como:

a) cobertura do ginásio poliesportivo do Ibirapuera em São Paulo de meados dos anos 1960;


b) cobertura do pavilhão de exposições do Anhembi em São Paulo do início dos anos 1970;


c) cobertura dos pavilhões do Rio Centro no Rio de Janeiro também dos anos 1970;


d) cobertura do Learning Resource Centre da Thames Valey University na Inglaterra, meados dos anos 1970;


e) Centro de Artes Visuais em Norwich na Inglaterra de 1974;


f) Cobertura da Igreja San Gioacchino em Roma na Itália datado de 1897.

Ou seja, todas as obras destacadas possuem mais de 40 anos de existência (e até uma centenária) e continuam em plena utilização até os dias atuais.

Já no que concerne a resistência, verifica-se que as telhas de alumínio conseguem propiciar uma combinação extremamente peculiar que consiste em leveza aliada à resistência mecânica. Ou seja, enquanto seu peso absoluto é em média três vezes inferior ao de outros materiais metálicos, ele consegue atender plenamente aos requisitos de resistência às cargas de vento de acordo com a norma ABNT-NBR 6123 (Ação dos Ventos sobre Edificações).

O terceiro pilar da tríade (economia), é obtido tanto de forma direta quanto indireta. Na primeira condição, é possível conseguir economia por intermédio de menores desembolsos com manutenções corretivas ao longo da vida útil da cobertura na medida que ela requer menos intervenções para este fim. Menores interrupções não programadas na operação interna da edificação, sobretudo comerciais e industriais. Por ser mais durável que muitos outros materiais metálicos, obtém-se também melhor retorno sobre o investimento.

No que diz respeito aos ganhos indiretos, observa-se que ele advém do que comumente se chama de elevado valor residual. Ou seja, se futuramente o proprietário decidir realizar uma substituição ou renovação da cobertura, as telhas de alumínio desmontadas possuem alto valor de mercado. Sendo assim, este fato contribui na amortização de parte do novo investimento.

Adicionalmente, além dos benefícios mencionados, por ser um produto passível de reciclagem por infinitas vezes, ele ainda contribui para que a edificação ganhe pontos para a conquista de certificação LEED (Leadership in Energy and Envirtonment Design).

Portanto, como foi possível constatar, em se tratando de soluções para cobertura de edificações, as telhas de alumínio oferecem desempenho superior para a arquitetura brasileira e em total consonância com as exigências mais atuais das normas técnicas vigentes.

Fonte: Luiz Valério de Paula Trindade
Engenheiro Mecânico (Universidade Braz Cubas – 1993) e Mestre em Administração de Empresas (Universidade Nove de Julho – 2008)
Coordenador do Grupo de Trabalho Telhas na ABAL (Associação Brasileira do Alumínio).