Para o povo da Índia terra natal do Buda Sakyamuni, a flor de lótus significa a pureza e a paz, uma manifestação do divino na terra. Exatamente por essa flor ser tão reverenciado na mitologia indiana que sua forma foi escolhida para o projeto do templo Bahá’i em Delhi.
O Templo de Lotus ou templo Bahá’i foi projetado pelo arquiteto canadense Fariborz Sahba de origem persa com experiência de mais de 10 anos em concepção e gestão de projetos. Fariborz recebeu o prêmio de excelência em arte sacra e arquitetura no Reino Unido pelo Instituto de Engenharia Estrutural em Arte Sacra. O Templo foi projetado em 1976 e aberto para o público em 1986. A construção foi realizada com doações deixadas por Ardishir Kustampur de Hyderabad, que em 1953 doou sua herança para essa finalidade.
A construção foi concluída em 10 anos e a equipe formada por 800 artesãos. O aço empregado no reforço estrutura da obra e cobertura das delicadas pétalas foi galvanizado para evitar a ferrugem e garantir a durabilidade da cobertura das delicadas pétalas que possuem apenas seis a oito centímetros de espessura.
A arquitetura delicada do Templo de Lótus é construída em três camadas. A primeira e a segunda camada contêm nove brancas pétalas cobertas de mármore subindo para o céu, enquanto a terceira camada de nove pétalas projeta-se para fora e é onde estão localizados os nove portais de entrada, ao todo são 27 pétalas abertas formando uma meia flor de lótus semiaberta.
O mármore foi importado da região montanhosa de Penteei na Grécia, os blocos são isentos de texturas e veios e a distância de mais de dez metros são similares a material industrializado devido à homogeneidade das placas que foram meticulosamente selecionadas e aplicadas.
Internamente as pétalas são construídas de concreto reforçado e revestidas de mármore branco, em cuja superfície padrões geométricos estão desenhados.
A primeira curva de duas fileiras das pétalas envolve a cúpula interior, a terceira camada exterior de modo a formar copas ao longo dos nove entradas.
A cúpula do lótus é composta de 54 vigas de concreto e ferro. A nave é cercada por nove arcos que fornecem o principal suporte para a superestrutura e é capaz de comportar 2.500 pessoas.
Nove piscinas cercam o edifício do lado de fora, a sua forma lembrando as folhas verdes da flor de lótus. Os jardins do entorno possuem uma área de 105.000 metros quadrados. O edifício possui 70 metros de diâmetro e altura de 34,27 metros
A realização mais notável do nosso tempo
Os planos para construção do o templo Bahá’i ou templo do Lótus como é carinhosamente chamado pelos indianos principiou em 1953 quando os seguidores compraram o terreno de 26 hectares com as doações deixadas por Ardishir Kustampur de Hyderabad. Em 1976, o órgão internacional da comunidade Bahá’í selecionou o arquiteto Fariborz Sahba para realização do projeto.
O projeto e a construção, no qual o arquiteto trabalhou por 10 anos, foi descrito pelo arquiteto canadense Arthur Erickson como “uma das realizações mais notáveis do nosso tempo”.
Com mais de 3,7 milhões de pessoas por ano, o edifício comumente chamado de “Flor de Lótus de Bahapur”, consegue o impressionante total 150 mil visitantes em um único dia e é o edifício mais visitado do mundo. A conversão do lótus em um projeto estrutural levou o arquiteto e seu consultor estrutural Srs. Flint e Neil Parceria a quase 18 meses de trabalho. Produzir a geometria de um projeto em que praticamente não há linhas retas, para a estrutura real apresentou desafios específicos na concepção e montagem da estrutura.
’Não só foi difícil alinhar, de modo a produzir com precisão as superfícies de curva dupla complexa e suas intersecções, mas a proximidade das pétalas restringia o espaço de trabalho. ’’
No entanto, a tarefa foi realizada e com louvor. Antes de montar as obras temporárias para o telhado, um número grande de maquetes foi construído para verificar a viabilidade dos métodos propostos de construção, forma geométrica, praticidade de fixação do reforço complexo, entrada espaços internos, e elementos de cúpula do interior. Para conseguir a ventilação e refrigeração do ambiente utiliza Sahba utilizou técnicas tradicionais da arquitetura indiana tão antiga e tão moderna até mesmo para os dias de hoje. O ar fresco à medida que passa sobre as fontes e piscinas, é puxado através de aberturas na cúpula para o corredor central, e expelido através de ventilação na parte superior da abóbada interior.
Uma visão de tirar o fôlego
Quando chegamos próximo ao pódio onde se assenta o templo, encontram-se as diversas fontes de água, em forma de folhas, que refletem as pétalas com curvaturas para fora, formando grandes varandas ao redor do templo, que por sua vez é só vedada com esquadrias e vidro, dando a integração visual entre os espaços externos e internos. Para se chegar ao centro da nave há alguns degraus formando o círculo central onde se localizam os bancos. A relação visual entre o espaço interno e externo é ampla e simétrica e o volume que o movimento das pétalas forma internamente é um espetáculo visual extasiante.
Esboços do projeto