Definição e Aplicações

No Brasil ainda não há ainda produção nacional de tintas intumescentes, as tintas disponíveis no mercado são importadas. A tinta intumescente é uma novidade em termos de revestimento pois não é apenas uma tinta comum por possuir o diferencial de proteger as superfícies quando submetidas à situação de calor extremo.
As tintas intumescentes são largamente recomendadas pelos fabricantes por ser um isolante térmico eficiente em caso de incêndios e também em estruturas aparentes que exigem acabamento estético apurado.

A tinta intumescente é obtida através de três componentes adicionados à tinta, com sua resina habitual, geralmente acrílica ou epóxi. Os componentes mais utilizados adicionados à tinta são: penta eritritol, o poli fosfato de amônio e a melamina. Aparentemente uma tinta intumescente é igual a outra comum, mas quando aquecidos acima de 200 ºC, passam por um processo de expansão volumétrica formando uma espuma isolante que oferece isolamento térmico.

Vantagens e desvantagens da utilização de tintas intumescentes

 

Isolamento Térmico

O método de proteção contra o fogo de estruturas metálicas através da aplicação de tintas intumescentes é relativamente recente e consiste na aplicação de uma tinta, com características especiais sobre a superfície revestindo-a para a finalidade de proteção em casos de incêndio.
Na presença de temperaturas elevadas, a película de tinta forma uma camada que pode atingir várias dezenas de vezes a espessura inicial. Essa camada funciona como isolante térmico da superfície retardando o seu aumento de temperatura e preservando, durante algum tempo, a sua resistência mecânica.
Os revestimentos por pintura intumescente usados na proteção passiva ao fogo de estruturas de aço são formulados com certos componentes ativos, que sob a ação do calor, reagem entre si para formar uma camada carbonosa que isola termicamente o suporte metálico.

Como as tintas intumescentes funcionam?

 

Como falamos antes, os componentes ativos mais utilizados adicionados à tinta são: pentaeritritol, o polifosfato de amônio e a melamina.

Vamos dar uma olhada a título de conhecimento de como esses componentes agem.

– Polifosfato de amônio: É a fonte de ácido que age como catalisador ou agente desidratante. Em alguns casos polifosfato de amônio é substituído por um ácido mineral.
– Pentaeritritol: É uma fonte de carbono ou agente carbonífero um agente expansor (normalmente compostos nitrogenados).
– Melamina: É um agente expansor (Composto Nitrogenado).

O mecanismo de intumescência inicia-se a cerca de 200 ºC com a decomposição do polifosfato de amônio para formar o ácido fosfórico, o amoníaco e a água. Numa segunda etapa, o pentaeritritol reage com o ácido para formar o resíduo carbonoso. Finalmente, entre os 300 ºC e os 400 ºC, o agente expansor decompõe-se libertando gases que fazem expandir a camada de resíduo carbonoso, que se torna num material relativamente estável a temperaturas na gama entre 430 e 560 ºC.

Acima destas temperaturas ocorrem reações de oxidação, com formação de uma camada com baixa condutividade térmica. Esta camada funciona como uma barreira isolante que impede a transferência de calor para o substrato durante um determinado período de tempo. É precisamente este período de tempo que pode ser vital na evacuação dos edifícios.

O tempo de resistência ao fogo, que se encontra definido na legislação em vigor, nomeadamente no Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndios em Edifícios, varia em função do tipo de edificação e tem em conta aspetos como:

• Utilização do edifício
• Altura e a área construída
• Compartimentação existente
• A carga combustível
• A taxa de ventilação
• O tempo pretendido de resistência ao fogo
• O número de faces da estrutura metálica
• Massividade (ou fator de forma)

Este se decompõe para formar uma espuma carbônica, incrementada pelos gases liberados pelo agente de expansão, podendo se expandir em até cem vezes em relação à camada inicial. O resultado final é uma barreira de carvão (cinzas do material queimado) firmemente aderida ao substrato ao qual oferece isolamento térmico.

As Tintas Intumescentes e as Normas de Segurança

As tintas intumescentes deverão atender as exigências do Decreto-Lei Estadual 46076 e da Instrução Técnica 08 – Segurança Estrutural nas Edificações, que designa que os revestimentos deverão atender integralmente os padrões exigidos nas normas: NBR 14323 – Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situações de Incêndio e NBR 14432 – Exigências de Resistência ao Fogo dos Elementos Construtivos das Edificações.

Redação : Equipe Portal Metálica – Lia Gonzaga