Com impacto mínimo no redor, arquiteto americano constrói sua residência na mata

Uma morada na floresta

O terreno num bosque de pinheiros na cidade de Raleigh, nos Estados Unidos, inspirou um arquiteto americano a levantar esta casa, que respeita critérios de sustentabilidade e tem vista privilegiada da mata.

Acostumado a tomar parte nos projetos de grandes edificações públicas numa empresa de arquitetura da Carolina do Norte, Estados Unidos, o arquiteto americano Michael Rantilla encontrou num terreno em meio a um bosque de pinheiros nativos a razão para projetar sua própria moradia. “Escolhi o lugar por dois motivos. Além de abrigar árvores e um riacho, ele não oferecia restrições legais ao estilo arquitetônico, o que é muito raro nesta localidade”, explica o profissional. Mas os desafios apresentados não eram poucos: os atributos naturais do lugar também limitavam o espaço para construção, e um barranco na face frontal do lote dificultava o acesso. “Negociei com um vizinho a passagem dos materiais para a obra, pois a propriedade dele tem entrada direta pela rua.” Para acomodar a casa de 230 m2 na menor área possível, Michael criou um projeto cuja espinha dorsal é uma parede de concreto de 45 cm de espessura.

Além de superar as limitações impostas ao projeto arquitetônico, Michael impôs a si outro desafio, já que decidiu ser também o construtor. “Isso é bastante incomum nos Estados Unidos, onde essas duas funções em geral são separadas. Não foi fácil dividir o tempo com o trabalho na empresa, mas o gerenciamento me permitiu tomar decisões mais rápidas”, enfatiza. Assim, ele pôde privilegiar critérios de sustentabilidade. “Como gerente da obra, encomendei apenas o material necessário, evitando desperdícios. O entulho foi reciclado sempre que possível”, conta. E quase todos os materiais usados são recicláveis (aço, vidro, alumínio, concreto). Outro objetivo do arquiteto foi causar o menor impacto possível no terreno. A meta foi atingida de diversas formas: “Muitos pássaros fazem ninho nas vigas de aço expostas na estrutura da construção. As plantas já cresceram em volta e embaixo da casa, assim cervos, raposas e tartarugas passeiam pelo local. E a madeira está ficando cinza: é a natureza imprimindo suas marcas”, finaliza.

Confira as imagens da casa


         

Fonte:

Revista Arquitetura & Construção – Abril/2010