Blocos conectados distinguem-se pela composição estética


Fachadas com aberturas e tratamentos estéticos distintos são duas características do Jatobá Green Building, edifício comercial localizado nas imediações da avenida Luís Carlos Berrini, zona sul de São Paulo. A implantação definida pelos autores do projeto permitiu liberar um amplo espaço em seu acesso principal, área que foi ocupada por uma praça de recepção.

Vias paralelas que se iniciam numa das principais avenidas de negócios da zona sul paulistana, as ruas Surubim e Taperoá são os endereços do Jatobá Green Building, conjunto de escritórios cujas obras foram concluídas no primeiro semestre deste ano. O estudo Aflalo & Gasperini, autor do projeto, informa que o edifício foi projetado de forma que seu volume utilizasse na totalidade a taxa de ocupação permitida pela legislação para o lote. A solução se efetivou em um prédio de oito pavimentos-tipo, com implantação que permitiu liberar espaço no acesso principal para uma praça de recepção.

A volumetria do Jatobá foi trabalhada com aberturas distintas que também se destacam pelo tratamento estético aplicado a elas. Assim, aquelas voltadas para o leste e o oeste, onde há maior incidência solar, foram minimizadas – medem 1,40 metro de altura, o que equivale à metade do pé-direito do pavimento. Por sua vez, as aberturas orientadas para o norte – onde a incidência solar ocorre praticamente o dia todo, porém com menor intensidade – foram protegidas por brises. O recurso permite que elas fiquem transparentes em toda a altura do andar.

 

Quem observa o conjunto a partir do acesso pode confundi-lo com dois edifícios distintos. A “ilusão” decorre da divisão da edificação em dois volumes que se comunicam pela área de circulação vertical.

O desenvolvimento do projeto, informam os integrantes do escritório, foi conduzido por princípios alinhados à sustentabilidade ambiental. Nessa direção, foram adotadas, por exemplo, providências para melhorar a eficiência energética e economizar recursos naturais. É por essa razão que a edificação é dotada de recursos para controle da incidência solar, mecanismos que permitem a entrada da iluminação natural externa para poupar o uso de luz artificial, equipamentos de ar condicionado setorizados e de controle individual, reuso de água pluvial e bicicletário e vestiários para os usuários.

O Jatobá Green Building dispõe ainda de entradas independentes para veículos de visitantes e de condôminos, recepção diferenciada para público e expedição, elevadores exclusivos para garagens, vestiários para condôminos, auditório, praças, café e heliponto. Sua fachada recebeu menção (leia reportagem na página A63).

Ficha Técnica:

Jatobá Green Building
Local: São Paulo, SP
Data do inicio do projeto: 2001
Data da conclusão da obra: 2010
Área do terreno: 3.570 m²
Área construída: 14.255 m²
Arquitetura: Aflalo & Gasperini Arquitetos – Gian Carlo Gasperini, Roberto Aflalo Filho e Luiz Felipe Aflalo Herman autores; Alfredo Del Bianco e Milene Abla (coordenadores); Fábio Raksuskas (arquiteto); Grazzieli Gomes Rocha (colaboradora);
André Vieira, Letícia Lima e Marcia Assumpção (estagiários)
Incorporação e construção: Engeform
Estrutura:
Aluizio A.M. d’Avila & Associados

Fornecedores:
Estruturas metálicas: Construmet
Portas corta-fogo: Alerta
Prevenção de incêndios: Secur, Kidde Brasil, Bucka
Fotos: Daniel Ducci

Fonte: Revista Projeto Design